Festival de Música Autoral reúne 16 atrações em uma celebração da diversidade musical
O Festival MVMA Valorização promete uma jornada única, onde cada acorde, cada batida e cada voz nos lembra que a música é, acima de tudo, uma força que nos conecta e nos transforma. Com 16 atrações confirmadas, entre emergentes e consagrados, o festival acontecerá nos dias 22 e 23 de fevereiro, na Torre de TV, com entrada franca e trará uma mistura de ritmos, estilos e histórias que refletem a riqueza da música independente.
Das 16 atrações, 14 são do DF e foram selecionadas a partir de chamamento público, e duas já estão com carreira, de projeção nacional e internacional, consolidada. Que encerram os dois dias do Festival, Phillipe Seabra, líder da Plebe Rude, no sábado, 22, e Brothers of Brazil, com Supla e João Suplicy, no domingo, 23. A programação tem início às 15h e vai até às 23h, em ambos os dias.
Este festival não é apenas uma celebração da música, mas também um espaço de resistência, inovação e diálogo cultural. Aqui, a música indígena, o samba, o jazz, o rock, o hip-hop, o maracatu e tantos outros gêneros se encontram para criar um mosaico sonoro que reflete a complexidade e a beleza da nossa identidade musical.
As múltiplas linguagens
Em um mundo onde a música é uma das mais poderosas expressões da diversidade cultural, o MVMA Valorização celebra a riqueza e a pluralidade sonora do Brasil e além. Este evento é um convite para explorar as múltiplas vertentes da música, onde tradição e inovação se encontram, e onde cada nota conta uma história única.
A curadoria deste festival foi um desafio inspirador, buscando equilibrar a representatividade de gêneros e estilos, desde ritmos regionais do Nordeste da Pé de Cerrado até o metal indígena de Arandu Arakuaa. Passando pelo jazz manouche da Gypsy Jazz Club, o reggae contagiante da Vibração do Cerrado, e o rock experimental da Nume Consense. Cada artista foi cuidadosamente selecionado para oferecer uma experiência sonora que transcende fronteiras.
Como surgiu e qual o conceito
O MVMA Valorização nasceu com o propósito de valorizar a música autoral e oferecer uma estrutura de alto nível e cachês justos para artistas, em especial, mas também a todos e todas as profissionais envolvidas. Em sua 1ª Edição, o evento é um importante palco, reunindo nomes que vão do rock ao samba, do MPB ao jazz, passando por experimentações sonoras que desafiam os gêneros tradicionais.
A ideia de criar o festival surgiu há 10 anos, “quando percebi que não existia no Distrito Federal um evento cuja proposta fosse dar visibilidade e projeção para a música autoral de compositores da região”, descreve o idealizador Engels Espíritos. E avalia, “há uma nova geração de compositores geniais no DF que precisa de visibilidade e valorização, de forma que um dia possam estar entre os grandes nomes da cena nacional, internacional e dar continuidade da nossa riquíssima cultura musical”.
Fruto de um movimento político e apartidário
Os e as responsáveis pelo evento estão reunidos desde 2009 quando conceberam o Movimento pela Valorização de Músicos e Artistas. Uma associação que luta por direitos, dignidade e benefícios para músicos e demais artistas de todo o Brasil. Entre as muitas ações estão a exigência de transparência na arrecadação e repasses do ECAD; e a contribuição na criação de projeto de lei que isenta impostos na compra de instrumentos. Em 2019, contribuiu, em conjunto com outras associações e com o apoio do Deputado Federal Carlos Giannazi (Psol/SP), na construção de peça jurídica levada ao STF que extinguiu a Ordem dos Músicos do Brasil como órgão fiscalizador.
A curadoria
A curadoria do festival buscou equilibrar artistas renomados com novas promessas da música, de forma a refletir a pluralidade de gêneros e que abrangesse todo o DF. Foram ao todo 102 inscrições, dessas, mais da metade, 58, de Rock e estilos similares. No entanto, a música instrumental e a MPB também demonstraram força. Para Nícolas Madalena, um dos curadores, “a qualidade dos trabalhos impressionou”.
“Muitas gravações apresentaram excelência técnica, e os clipes enviados eram extremamente criativos. Para mim, são trabalhos com qualidade nacional e até internacional”, avalia Nícolas. Em termos de diversidade, “a social ficou mais evidente com muitos artistas da periferia, vindos de diversas Regiões Administrativas (RA’s), e representando a comunidade LGBTQIAPN+, além de indígenas gente de pele escura”.
Mestre de cerimônias
Gui Costa, 32 anos, é gaitista profissional, iniciou seus estudos em 2014 e hoje é um grande solista e improvisador. Aos 14 anos, sofreu um acidente que o deixou tetraplégico. Durante a reabilitação, descobriu o tênis de mesa e, em seis meses, já conquistava medalhas. Hoje, é referência no esporte paralímpico, 11 vezes campeão brasileiro, com destaque para o bronze nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016.
As atrações:
Sábado, 22/2
21h: Formada em 2015, a banda Jambalaia, destaca-se na cena musical brasileira com pop rock autoral. Após re-branding em 2019, tocou em festivais como Porão do Rock e LIFA. Vencer esse último e garantiu um show no México. A faixa “Fissura” é bem recebida em rádios de São Paulo, e “Cuidar um do Outro”, composta pelo vocalista Pedro Cezar, inspirada na perda de sua mãe. A música, que mistura pop e hip-hop, está disponível nas plataformas de streaming. A banda está no reality show original da Globoplay: “O Garimpeiro do Rock”, que busca um novo rockstar.
20h: Maior representante do metal indígena no Brasil. Arandu Arakuaa (saber dos ciclos dos céus ou sabedoria do cosmos, em Tupi-Guarani), foi fundada em 2008 pelo indígena Xerente, Zândhio Huku. A musicalidade da banda mescla heavy metal à música indígena e regional brasileira, com letras nos idiomas indígenas Xerente, Tupi e Xavante. Inspiradas nas cosmologias, saberes e valores dos povos indígenas do Brasil, as lutas contribuem para a divulgação e valorização de manifestações culturais, que sofrem constantes tentativas de silenciamentos e apagamentos desde a invasão portuguesa em 1500. Sempre enfatizando o protagonismo indígena e defendendo a diversidade cultural, a transversalidade de gênero e raça, a banda está presente em importantes publicações em mídias de grande circulação, dentre Uol, BBC e O Globo. No ano de 2015, participou da série sobre o lendário Zé do Caixão.
19h: Alberto Salgado, vencedor do 28° Prêmio da Música Brasileira, com o álbum “Cabaça D’água” na Categoria Regional, coleciona elogios da crítica especializada. Sua identidade musical se alicerça nas batidas percussivas da capoeira somada à busca por novas sonoridades da música contemporânea. Autor de três lançamentos originais, “Além do Quintal” (2014), “Cabaça D’água” (2017), e “Tutorial de Ebó (2024), é parceiro de gigantes da música nacional e já excursionou pela América do Norte.
18h: Anna Moura, versista marginal que vê a arte como ferramenta de emancipação e revoluções socioculturais. Em seus 15 anos de carreira, constrói diálogos com sua trajetória de pessoa negra e sapatão. Cantora e compositora, seu repertório revela influências do RAP e do Reggae-Rock nacionais, além da MPB. Em 2025, Ànna lança seu segundo trabalho autoral, de oito faixas, intitulado “Visse-Verso”.
17h: Elias Augusto, compositor e instrumentista natural de Ceilândia (DF), cresceu na música influenciado pela família e ingressou na Escola de Música de Brasília, em 2015, onde estudou Piano Popular. À frente de sua produtora, lançou singles, EPs e álbuns de R&B, gospel, pop e jazz. Além de ter se apresentado em festivais e casas noturnas, foi, em 2019, diretor musical e tecladista do Marcelo D2. Seu trabalho como compositor reflete sua vida pessoal, espelhada em seu mais recente álbum “O Plano B”, cujas canções homenageiam Brasília através da música instrumental.
16h: A Gypsy Jazz Club, dos músicos Victor Angeleas (violão tenor e bandolim de 10 cordas), Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Igor Diniz (contrabaixo acústico) e Eduardo Souza (violão manouche), se propõe a divulgar o Jazz Manouche em fusão com a música brasileira. Em 2016, lançou um primeiro disco em parceria com o violinista americano Ted Falcon, e, em 2019, Menestrel. O álbum foi muito bem recebido, a ponto de conquistar o título de Melhor Álbum Instrumental no Independent Music Awards, a maior premiação mundial da música independente.
15h: Kika Ribeiro, conhecida por sua voz poderosa e presença de palco cativante, já passou por diversos estilos até encontrar seu verdadeiro chamado no samba. Destacando-se por suas composições autorais registradas em seu primeiro EP, lançado em 2024, que reúne as mais marcantes. Kika já se apresentou em importantes palcos do samba, como Cacique de Ramos, Renascença, Carioca da Gema e Pedra do Sal.
Domingo, 23/2
21h: A banda brasiliense de rock experimental Nume Consense, formada em 2019, aborda em suas letras temas reflexivos inspirados na experiência de cada integrante. E se destaca pela imprevisibilidade e inovação em suas composições, que a levou a ser destacada como uma das 13 bandas em ascensão no meio underground brasileiro.
20h: Com uma refinada base jazzística, a Brasília Ska Jazz Club cria fusões entre sons jamaicanos, brasileiros e latinos desde 2019. Em 2023, abriu shows do Groundation e Aggrolites (EUA), e apresentou o álbum “Dub Side Of The Moon” com o músico e produtor Victor Rice (EUA). Autor de um EP e três singles autorais, todos indicados ou premiados no Prêmio Skataplá (SP), lançou, em 2024, um novo álbum.
19h: Flor Furacão, cantora, compositora e pianista, destaca-se por transitar entre Choro, Samba, Forró, Jazz e MPB. Sua interpretação e originalidade inovam a MPB com criatividade e potência através do que define como Forró Jazz do Cerrado. Projeto que dá título a um novo trabalho previsto para chegar às plataformas em março deste ano. Premiada no Brasília Independente e Prêmio Profissionais da Música, já excursionou pela Europa e apresentou sua música em importantes festivais.
18h: Israel Paixão, rapper DJ e dançarino, começou seus caminhos artísticos em 2002, em sua cidade natal, Ceilândia. Em 2005, fundou com seu irmão Rafa Black o Fé e Estilo, grupo que misturava louvor e rap. 13 anos depois, deu início ao seu projeto solo com o single ‘Rolé’ e ainda em 2018 deu início ao The Beat’s On. No ano seguinte, levou o Brasília Independente, da TV Globo, pelo júri técnico, e o Festival Brasília 60, no voto popular. Só em 2021 lança seu primeiro EP. M.A.M.G (‘Muito amor e música pra geral’ o bordão que usa). Desde então, Israel é constante quando o assunto é lançamento e colaborações com outros artistas.
17h: O Pé de Cerrado, representante no Planalto Central dos ritmos regionais do Nordeste, celebra 25 anos de uma trajetória coroada por participações em festivais nacionais e internacionais, além de grandes giras pelo Brasil e no exterior. Seu intenso trabalho de pesquisa o levou a estar no currículo escolar da educação básica, por indicação da Secretaria de Educação do DF. Além de participações especiais e produções paralelas, já gravou três CDs e dois DVDs, montou seis espetáculos e atualmente está gravando um novo álbum.
16h: O reggae inovador da Vibração do Cerrado se faz original com a mescla de brasilidades com afrobeat, reggaeton e world music. Contagiante, a mensagem que passa é de amor e resistência, e conquista corações dos fãs de música brasileira, por sua originalidade sonora única. O grupo se destaca na cena atual pela sonoridade vibrante de celebração, renovando a tradição que Brasília tem com o reggae.
15h: Haynna e os Verdes é liderada pela piauiense Haynna, cantora, compositora, intérprete, negra e periférica. Formada em 2013, tem como integrantes Haynna (vocais), Ricelly Lopez (guitarra), Rian Sodré (baixo), Jhonata Morais (bateria) e Dani da Silva (teclado). A banda reapropria-se das narrativas do rock, blues e pop brasileiro e é conhecida pela qualidade e por sua contribuição para a diversidade cultural e social. A banda acaba de lançar um novo álbum: “Blues da periferia”.
Ficha técnica do Festival:
Coordenação de produção: Engels Espíritos | Coordenação geral: Alessandra Di Giorno | Direção de produção: Conceição Nascimento | Curadoria: Nícolas Madalena; Assistência de curadoria: Fernanda Freitas | Coordenação de programação: Marcelo de Souza Ribeiro | Coordenação técnica: Luiz Fernandes | Assistência de produção: Rosimeri Mello | Assessoria jurídica: Arlindo Junior; Coordenação de montagem: Duda Pinheiro; Apresentação: Gui Costa | Gestão de redes socias e designer gráfico: Ketlyn Hanna | Assessoria de comunicação: Rodrigo Machado
Serviço:
Festival MVMA Valorização
Local: Torre de TV
Dias e horário: 22 e 23 de fevereiro de 2025 (sábado e domingo), das 15h às 23h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Mais informações: www.instagram.com/mvmadf e https://mvmadf.com.br/
O Festival é uma realização da Associação Nacional dos Músicos MVMA em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF
Programação:
Sábado, 22 de fevereiro
22h: Phillipe Seabra, líder da lendária Plebe Rude
21h: Jambalaia www.youtube.com/@bandajambalaia
20h: Arandu Arakuaa www.youtube.com/@AranduArakuaa
19h: Alberto Salgado www.youtube.com/@contatalbertosalgado
18h: Anna Moura www.youtube.com/@AnnaMoura
17h: Gypsy Jazz Club www.youtube.com/@GypsyJazzClub
16h: Elias Augusto www.youtube.com/@oeliasaugusto
15h: Kika Ribeiro www.youtube.com/@kikaribeirosamba8106
Domingo, 23 de fevereiro
22h: Brothers of Brazil – Supla e João Suplicy
21h: Nume Consense www.youtube.com/@numeconsense
20h: Brasília Ska Jazz www.youtube.com/@brasiliaskajazzclub
19h: Flor Furacão www.youtube.com/@florfuracao_
18h: Israel Paixão www.youtube.com/c/ISRAELPAIX%C3%83OOFICIAL
17h: Pé de Cerrado www.youtube.com/c/P%C3%A9deCerrado
16h: Vibração do Cerrado www.youtube.com/@vibracaodocerrado
15h: Haynna e os Verdes www.youtube.com/@HaynnaeOsVerdes
Contato para entrevistasEngels Espíritos, idealizador: (61) 9978-7788 (WhatsApp)