8 ACONTECIMENTOS BIZARROS NA HISTÓRIA DAS OLIMPÍADAS
As Olimpíadas — especialmente as edições mais recentes — são planejadas com todo cuidado pela cidade-sede para que tudo ocorra perfeitamente. Afinal, os olhares do mundo inteiro estão direcionados para lá e os momentos vividos ali entrarão para a história. Mesmo assim, já aconteceram algumas coisas bem bizarras durante os Jogos Olímpicos. A seguir, a gente destaca oito delas.
1. O “espertinho” da maratona
A maratona é um dos eventos mais tradicionais das Olimpíadas, presente em todas as edições desde 1896. Mas em sua terceira edição, nos Jogos de St. Louis 1904, vários atletas começaram a passar mal durante a prova, de desidratação ou sem conseguir respirar — o percurso era em estradas de terra, que levantavam poeira.
O corredor americano Fred Lorz foi o primeiro a cruzar a linha de chegada, mas muitos espectadores ficaram ultrajados com a cena — afinal, eles tinham visto Lorz cobrir parte do percurso em um carro!
O homem, então, tentou se explicar: ele tinha sofrido cãibras por volta dos 14 km da maratona e pegou uma carona para voltar para o estádio. Contudo, faltando alguns quilômetros para chegar, o carro quebrou e ele correu o resto do caminho, passando em primeiro “como uma piada”. Ele ainda disse que não pretendia ficar com o prêmio. Mas já era tarde: ele foi banido por um ano das competições.
2. A maçã estragada
Porém o “espertinho” não é o único causo bizarro da maratona de St. Louis 1904: o cubano Felix Carvajal, que realmente estava mais forte na prova começou a sentir fome durante o percurso e achou uma boa ideia parar para comer maçãs.
Só que algumas maçãs estavam estragadas, o rapaz começou a sentir dores e se deitou ao lado da pista. Então, ele acabou pegando no sono. O mais bizarro é que ele ainda se levantou e terminou em quarto. Só quatro competidores terminaram aquela maratona.
3. O padre maluco
Essa história também aconteceu numa maratona e a maioria dos brasileiros conhece, pelo menos de ouvir falar, mas não tinha como deixar de fora dessa lista. Faltavam só seis quilômetros para acabar a maratona das Olimpíadas de Atenas 2004 e o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima estava na liderança. Foi aí que o padre irlandês Neil Horan simplesmente invadiu a pista e agarrou Vanderlei. Ele trazia um cartaz nas costas que dizia algo sobre profecias e a segunda vinda de Cristo.
Um espectador grego conseguiu chutar o padre maluco e permitir que Vanderlei fosse e frente. O brasileiro continuou, ainda assim, terminando a prova em terceiro e ganhando a medalha Pierre de Coubertin por seu espírito olímpico. Vanderlei foi o escolhido para acender a pira olímpica nas Olimpíadas do Rio 2016.
4. A violência do boxe
O boxe é um esporte de luta e, portanto, um pouco violento — mas sempre com regras, né? Não foi isso que aconteceu no torneio olímpico em Seul 1988, especialmente na luta entre o húngaro Aleksandar Khristov e o ídolo local Byun Jung-il. A luta foi equilibrada e os dois atletas levaram advertências, mas só o sul-coreano levou punições com pontos descontados. Nisso, a vitória acabou indo para o húngaro.
O técnico do outro país não gostou nada do resultado e invadiu o ringue para agredir o árbitro, enquanto a torcida jogava cadeiras e o atleta ficou sentado no chão, recusando-se a sair do ringue por 67 minutos. O resultado continuou o mesmo e Khristov garantiu a medalha de ouro no peso galo (até 54 kg).
Mas essa não foi a única controvérsia do boxe em Seul 1988: na final do supermédio (até 71 kg), o norte-americano Roy Jones Jr. dominou a luta com 86 golpes, contra 32 do sul-coreano Park Hi-Sun. Mesmo assim, ao final do combate, os juízes deram a vitória e o ouro para o atleta local. O escândalo foi tão grande que os árbitros foram suspensos e as regras de julgamento foram modificadas para as próximas Olimpíadas.
5. Não gostou do resultado
Ainda no assunto da violência contra árbitros em esportes de luta, isso aconteceu no torneio de taekwondo das Olimpíadas de Beijing 2008. O cubano Ángel Matos lutava pela medalha de bronze contra um atleta do Cazaquistão e ganhava a luta por 3 a 2, quando se machucou.
As regras do esporte determinam que o atleta só pode ficar fora para se recuperar por um minuto. Quando esse tempo acabou, o juiz sueco desclassificou o cubano, que não gostou nadinha disso. Ele partiu para cima do árbitro e acertou um chutão na cara dele. Por isso, ele foi banido do esporte e das Olimpíadas — e ficou sem a medalha, é claro.
6. Churrasquinho de pombo
Nós publicamos recentemente um artigo sobre o acendimento da pira olímpica, com momentos históricos e emocionantes. Já o de Seul 1988 (essa edição de novo!) foi um pouco mais bizarro: os sul-coreanos soltaram pombos no estádio para simbolizar a paz.
Só que alguns pássaros decidiram pousar — e ficar — em cima da pira olímpica que seria acesa em breve. Quando o fogo chegou, algumas pombas conseguiram voar para se salvar, mas algumas foram incineradas na frente de milhões de espectadores.
7. Cadê a chave?
Essa história é bem brasileira e aconteceu na Rio 2016: uma hora antes da partida de futebol feminino entre Suécia e África do Sul, os torcedores que deveriam entrar pela ala leste do Maracanã descobriram que o portão estava trancado. Isso porque alguém tinha perdido a chave e os organizadores não conseguiam encontrá-la. Os torcedores tiveram que dar a volta no estádio, enquanto os bombeiros quebravam o cadeado.
8. Devagar e sempre
Eric Moussambani, da Guiné Equatorial, foi selecionado para as Olimpíadas de Sydney 2000 sem ter o índice necessário, por uma medida de incentivo do COI para países em desenvolvimento. Mas ele se tornou uma celebridade internacional, após terminar sua prova dos 100 metros nado livre em 1:52:72, mais que o dobro dos 48 segundos que o vencedor daquele ano demorou.
Acontece que Eric tinha aprendido a nadar oito meses antes disso e treinava em uma piscina de hotel, de 12 metros de comprimento, já que não existiam piscinas olímpicas em seu país — as Olimpíadas foram a primeira vez que ele viu uma piscina como aquela. Mais interessante ainda é que Eric venceu a sua bateria, porque os outros dois atletas queimaram a largada e ele nadou sozinho.
Em menos de quatro anos, ele baixaria seu tempo para 56 segundos e viraria técnico da seleção de natação do país. Porém, sua coragem de ir a Sydney e competir, mesmo sem saber, ficariam marcados na história olímpica.
Entre momentos engraçados, inspiradores e revoltantes, essa lista é a prova de que tudo pode acontecer nas Olimpíadas. Será que veremos alguma história como essa até o final dos Jogos de Tóquio 2020?
*Com informações do Mega Curioso.