Relembre por que Beetlejuice é tão bom antes de ver o novo filme
Às vésperas da estreia de Beetlejuice 2, continuação do aclamado filme homônimo de 1988, a nostalgia em torno da obra original vem crescendo entre os fãs. Afinal, o longa-metragem de Tim Burton marcou toda uma geração de espectadores e elevou o protagonista da história, o fantasma Betelgeuse, a fenômeno da cultura pop.
Para quem assistiu ao filme já há um bom tempo ou está descobrindo Os Fantasmas se Divertem pela primeira vez, o Canaltech montou uma lista que relembra os principais motivos para todo esse sucesso. O texto traz algumas das razões pelas quais a comédia dark se tornou um clássico cult, adorado e reverenciado há mais de 30 anos, e serve também como um bom aquecimento para a sequência, que chega em setembro nas telonas.
Horripilantemente divertido
Lançado nos cinemas em março de 1988, Beetlejuice conta a história de Barbara e Adam, um casal que, após morrer em um acidente de carro, vê-se transformado em uma dupla de fantasmas, presos à sua antiga casa.
Com o passar do tempo, os cônjuges veem uma família um tanto quanto excêntrica comprar e se estabelecer na propriedade, o que os leva a invocar um “bioexorcista” que diz poder expulsar os novos moradores. O personagem, é claro, é ninguém menos do que o famoso Betelgeuse/Beetlejuice, um fantasma temperamental difícil de lidar que chega para perturbar ainda mais o além-vida do casal.
O “perrengue” dá start na comédia do longa-metragem, que usa e abusa do humor e do horror surrealista para contar sua história. Tais características, é claro, já haviam aparecido inúmeras vezes no cinema, mas foram combinadas de uma maneira bastante incomum na trama, originando algo inédito, que seria o pontapé inicial para os contos de fadas góticos que marcam o estilo cinematográfico do diretor Tim Burton.
Uma curiosidade sobre o filme é que, originalmente, Beetlejuice teria cenas muito mais gráficas e assustadoras. Ao revisar o roteiro, no entanto, o escritor Warren Skaaren decidiu suavizar algumas dessas características, deixando o título mais palatável ao público. O twist, é claro, foi essencial para conquistar fãs de diferentes idades e gêneros; e também para reforçar o tom de humor dark, que se tornou sua marca registrada.
Um encontro de personagens memoráveis
Engana-se, porém, quem pensa que a ambientação estranha e incomum de Os Fantasmas se Divertem foi sozinha a responsável por todo o sucesso do filme. O estilo ousado do longa-metragem só funcionou porque a trama possuía personagens tão ou mais memoráveis quando sua estética, que viraram hit entre o público na época.
Além do fantasma trapaceiro, Beetlejuice, interpretado de uma maneira propositalmente exagerada por Michael Keaton, Lydia Deetz, a adolescente gótica feita com uma maturidade invejável pela estreante Winona Ryder, também conquistou os fãs.
Sempre introspectiva, vestida de preto e com maquiagens carregadas (que a deixavam mais fantasmagórica do que os próprios fantasmas), Lydia virou um fenômeno e abriu portas para que Winona Ryder seguisse carreira na indústria, logo entrando para o elenco de Atração Mortal e Edward Mãos de Tesoura.
Além disso, Delia Deetz (Catherine O’Hara), a socialite excêntrica, que sempre estava preocupada com suas esculturas, também ganhou destaque na trama. Em uma de suas cenas mais memoráveis, ela oferece um jantar na casa nova e leva todos os presentes a serem possuídos e obrigados a dançar pelos fantasmas.
A cena em questão, embalada pela música Banana Boat Song, tornou-se uma das mais icônicas do filme e foi referenciada desde então inúmeras vezes em outros longas e séries de TV.
Estética “barata”, mas única
Considerado até hoje um filme deliciosamente “desequilibrado”, Os Fantasmas se Divertem é, acima de tudo, um longa-metragem que fez muito com pouco. Quem vê seu Oscar de Melhor Maquiagem, além de suas três estatuetas do Saturno Awards, nem imagina que o título teve um orçamento relativamente modesto de US$ 15 milhões, dos quais destinou apenas US$ 1 milhão para seus efeitos visuais.
Segundo Burton, apesar do uso de stop motion, das maquiagens protéticas e dos fantoches, ele queria que os efeitos da trama parecerem baratos e propositalmente falsos. Isso ajudou não apenas a economizar nos valores de produção, como também a criar um visual de filmes B para a história.
Tal estética rudimentar, muito bem pensada para o tipo de impacto que o filme queria causar, foi essencial para chamar atenção na indústria, indo na contramão dos recursos e tecnologias que grandes produções vinham ganhando no final dos anos 1980.
Divertido, fantasmagórico e atemporal, Beetlejuice está disponível na Max. Para quem ficou curioso também pela sequência, Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice, o título chega em 5 de setembro nos cinemas e traz Michael Keaton, Winona Ryder e Catherine O’Hara reprisando seus antigos papéis.
*Com informações de Canal Tech