Olimpíadas: 15 curiosidades sobre a Cerimônia de Abertura dos Jogos

Desfile simples da primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em 1896, se transformou em festa tecnológica e cultural

Um dos eventos mais aguardados do mundo, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos passou por grandes transformações desde a primeira edição da Era Moderna, em 1896, em Atenas, Grécia.

Ainda não existia o conceito de desfiles das nações representadas por delegações dos países com porta-bandeiras e uniformes. Embora representassem seus países, os atletas (apenas homens em 1896) se apresentavam no desfile individualmente.

A cerimônia não tinha a importância atual, ao ponto de não ter sido realizada nos Jogos de 1900, em Paris.

15 curiosidades sobre a Cerimônia de Abertura

  • A partir dos Jogos de Antuérpia, em 1920, começa a ser construído o cerimonial que conhecemos hoje. Foi na edição da cidade belga que a bandeira olímpica, criada em 1914 pelo barão Pierre de Coubertin, foi hasteada e o juramento do atleta olímpico foi lido pela primeira vez, pelo esgrimista belga Victor Boin.
  • Os gregos antigos consideravam o fogo um elemento divino e acendiam tochas em frente aos seus templos sagrados. Essa relação foi transportada para a versão moderna dos Jogos Olímpicos. O fogo olímpico foi aceso pela primeira vez na Olimpíada de 1928, em Amsterdã.
  • O conceito de show foi inaugurado em Los Angeles, 1932. Em plena era de ouro do cinema e precisando mostrar ao mundo que eram capazes de se recuperar da catástrofe econômica de 1929, os americanos contrataram diretores de Hollywood para produzir a festa, realizada para 100 mil pessoas, no Coliseu.
  • A propaganda ideológica foi o mote dos Jogos de Berlim, em 1936. Hitler queria vender ao mundo a ideia da superioridade da raça ariana, e a cerimônia foi pensada com esse propósito. Nesta edição foram introduzidos no cerimonial o revezamento da tocha olímpica e o acendimento da pira olímpica.
  • A televisão mudou para sempre as cerimônias de abertura em Tóquio, 1964. Foi a primeira vez que as imagens foram transmitidas em tempo real, o que alterou a formatação do espetáculo, migrando para o modelo de show televisivo.
  • A Olimpíada de Munique, em 1972, ficou marcada pelos atentados terroristas contra atletas israelenses, mas também revelou a primeira mascote olímpica da história: o simpático Waldi, um cachorrinho estilizado representando a raça raschund, bastante comum na região alemã da Baviera.
  • A mais carismática mascote das Olimpíadas apareceu em Moscou, 1980: o ursinho Misha. A cerimônia moscovita foi marcada pelos mosaicos humanos, belas músicas e coreografias, vendendo uma imagem mais leve da União Soviética, envolta em mistério, para o Ocidente.
  • Em Los Angeles, 1984, a resposta americana a Moscou foi apostar na tecnologia, com o supreendente voo de Bill Suitor pilotando uma mochila à jato sobre o estádio.
  • Alguns percalços alteraram o formato da cerimônia. Para representar a Paz Universal, pombas brancas eram soltas. Mas em Seul, 1988, algumas pombas voaram em direção à pira olímpica e foram incineradas. Desde então, essa representação passou a ser apenas simbólica.
  • Em Barcelona, 1992, o arqueiro paralímpico espanhol Antonio Rebollo acendeu a pira olímpica com um lançamento ousado de fecha que cruzou o estádio. Pela perspectiva, parecia que a flecha havia atingido em cheio a pira. Na verdade, ela passou próxima e a chama foi acesa remotamente. Embora o efeito tenha sido espetacular, principalmente pela TV, a flecha caiu próximo de algumas pessoas que estavam do lado de fora do estádio de Montjuic.
  • As cerimônias estão cada vez mais tecnológicas e procuram contar resumidamente a história das cidades-sede e seus países. Em Sidney, 2000, a cidade propagou a mensagem da sustentabilidade e do respeito à natureza.
  • Na edição de Londres, 2012, o “salto” de paraquedas da rainha Elizabeth, ao lado de James Bond, interpretado por Daniel Craig, foi marcante. Assim como o espetacular voo do 14 Bis de Santos Dumont sobre o Maracanã, nos Jogos do Rio, em 2016.
  • Por questões de logística e calendário, desde 1996 que as cerimônias de abertura são realizadas às sextas-feiras e, preferencialmente à noite, para potencializar os efeitos luminosos.
  • Alguns detalhes operacionais precisam ser adaptados. Quase sempre a delegação da Grécia abre o desfile, por simbolizar a origem dos Jogos Olímpicos. Mas em Atenas, 2004, por ser a delegação anfitriã, a Grécia encerrou o desfile. Um atleta levou a bandeira grega antes de a delegação de Santa Lúcia adentrar o estádio, pela ordem do alfabeto grego.
  • Em Paris, a cerimônia de abertura será realizada fora de um estádio pela primeira vez. A ideia do diretor de teatro e ator Thomas Jolly será mostrar uma França aberta e multicultural, sem medo de ir às ruas. Uma referência aos atentados terroristas ocorridos recentemente e ao momento político conturbado. Barcos percorrerão o rio Sena com as delegações, o que deve exigir um tempo de dedicação dos participantes próximo de 12 horas, desde a concentração até o final. Por isso muitos optam por não participar, preocupados com o desgaste. A ordem do desfile terá a Grécia como primeira delegação. A última será a França, precedida por Estados Unidos e Austrália, países dos Jogos de 2028 (Los Angeles) e Brisbane (2032). A equipe que representa Refugiados, criada em 2016, participará novamente. Embora atletas da Rússia e de Belarus participem como convidados em Paris, por causa da guerra da Ucrânia não haverá representação do país na abertura e nem no quadro de medalhas.

*Com informações de CNN

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