Fóssil quase completo de estegossauro será leiloado por R$ 31,2 milhões

Entre os 247 ossos fósseis encontrados tem um fêmur de 114,3, que foi a peça inicial vista pelo paleontólogo comercial Jason Cooper, em 2022, para encontra o resto do corpo

Um fóssil quase completo de Estegossauro, apelidado de “Apex”, com 3,3 metros de altura e 6 metros de comprimento, está sendo leiloado pela Sotheby’s durante a “semana geek”, em julho, com expectativa de alcançar até US$ 6 milhões (R$31,2 milhões). Esse esqueleto é o maior e mais completo da espécie já desenterrado.

Apex possui um fêmur de 114,3 centímetros e 247 ossos fósseis, montados em uma pose agressiva. O Estegossauro viveu no período Jurássico, de 155 a 145 milhões de anos atrás, conhecido como o mais famoso dos dinossauros blindados (Thyreophora ), com uma armadura dérmica característica que se estende do pescoço à cauda.

“O Estegossauro é uma das espécies de dinossauros mais universalmente reconhecíveis, cuja silhueta inconfundível tem sido uma fonte de fascinação e admiração por gerações. Através do processo cuidadoso de escavação, preparação e instalação, Apex estabelece um novo padrão para todas as futuras descobertas dessa magnitude e reforça ainda mais o apelo duradouro do estegossauro e seu status exaltado na cultura popular”, conta Cassandra Hatton, chefe global de ciência da Sotheby’s, ao The Guardian.

Esse achado supera em mais de 30% o tamanho do espécime anteriormente mais completo, chamado “Sophie”, que estava em exibição no Museu de História Natural de Londres. Antes de ir a leilão, o “Apex” também ficará em exibição nas galerias de Nova York da Sotheby’s.

Apex possui um fêmur de 114,3 centímetros e 247 ossos fósseis, montados em uma pose agressiva — Foto: Matthew Sherman/Sotheby’s
Apex possui um fêmur de 114,3 centímetros e 247 ossos fósseis, montados em uma pose agressiva — Foto: Matthew Sherman/Sotheby’s

O “Apex” foi descoberto em 2022 por Jason Cooper, um paleontólogo comercial. Ele caminhava ao redor de sua propriedade perto da cidade de Dinosaur, no Colorado, nos Estados Unidos, com um amigo quando encontrou um pedaço de fêmur em uma rocha, conta o pesquisador ao The News York Times.

A Sotheby’s afirmou que trabalhou em estreita colaboração com Cooper para documentar todo o processo, desde a descoberta até a montagem, garantindo os mais altos padrões e transparência. “Nenhum sinal de combate ou lesões relacionadas à predação, no entanto, as evidências de artrite indicam que ele viveu até uma idade avançada”, afirma a instituição ao jornal britânico.

Com uma estimativa de valores altos no leilão, o fóssil pode se tornar um dos mais valiosos já vendidos. O recorde atual pertence a Stan, um esqueleto de T. rex leiloado pela Christie’s por US$ 31,8 milhões (R$ 165,4 milhões) em 2020. Desde 1997, fósseis de dinossauros têm alcançado preços cada vez mais altos, começando com a venda de “Sue”, um T. rex, pela Sotheby’s por US$ 8,36 milhões para o Field Museum em Chicago.

Caro demais para a ciência

Esses preços elevados preocupam paleontólogos acadêmicos, segundo Stuart Sumida, vice-presidente da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados ao portal novaiorquino. Muitos fósseis, que poderiam revelar mistérios científicos, têm sido adquiridos por colecionadores privados ricos, em vez de instituições de pesquisa.

Cooper e Hatton esperam que os fosseis acabem em uma instituição cientifica, tanto por compra direta ou por doação de um colecionador privado. A equipe coletou dados e documentação para garantir aos potenciais compradores a autenticidade dos fósseis e facilitar a integração do espécime em coleções de pesquisa dos museus.

“Quem comprar isso também tem o direito de vir à minha propriedade e coletar informações contextuais”, afirma o dono dos ossos ao site americano. “Um colecionador privado pode não se importar com isso, mas para um museu, seria realmente interessante.”

A causa do estegossauro — Foto: Matthew Sherman/Sotheby’s
A causa do estegossauro — Foto: Matthew Sherman/Sotheby’s

No entanto, o preço potencial do estegossauro pode ser inacessível para muitas organizações, conforme afirmou Stuart. Ele destacou que estudar um fóssil já montado pode ser mais caro do que apenas adquiri-lo, uma vez que a reconstrução e montagem são tanto arte quanto ciência, podendo confundir os leigos sobre a autenticidade das partes.

“Se uma pessoa rica estivesse interessada em como poderia trabalhar com uma instituição científica para contribuir com o conhecimento científico e o avanço”, disse ele ao New York, “então espero que tais espécimes atraiam sua atenção.”

Cooper é fundador da Trilobites of America e co-proprietário da Dinosaur Corporation e desenterrou muitos espécimes de dinossauros nos Estados Unidos, muitos dos quais foram doados para instituições globais. Escavações em sua propriedade revelaram vários dinossauros do período Jurássico, muitos dos quais foram doados ao Museu de Paleontologia da Universidade Brigham Young e ao Museu de Ciência Frost em Miami.

*Com informações de Revista Galileu

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