Padre viaja para realizar funeral e descobre velório fake com atores e ‘morto’ que ainda não foi encontrado
Cerimônia realizada em igreja histórica de Londres tinha atores contratados e homens vestindo jaquetas e balaclavas cobrindo o rosto. Morto em questão teria desaparecido na virada do ano, mas seu corpo ainda não teria sido encontrado
Recomendamos que você preste muita, mas muita atenção nesta história, pois ela é tão complicada que deixa qualquer narrativa de Christopher Nolan parecendo livrinho infantil. Sim. Em uma história que certamente apresenta a maior relação de bizarrices por metro quadrado, um padre se deslocou para uma igreja histórica de Londres para realizar um funeral e descobriu, entre outras coisas, que o defunto ainda não tinha sido encontrado. E essa é apenas a ponta do iceberg. Senta que lá vem história.
O padre Rupert McHardy separou suas vestes religiosas e destacou um texto para o sermão do luxuoso funeral que iria ministrar na London Oratory Roman Catholic Church, em South Kensington, uma das mais importantes da capital inglesa. No local havia um carro funerário puxado por cavalos, dois luxuosos carros antigos, homens de cartola, um coro completo e o ambiente decorado com fotos de um jovem. Até um diretor foi contratado para realizar imagens da cerimônia.
Contudo, para surpresa de todos, o ‘evento’ foi cancelado porque padre McHardy descobriu que o corpo do morto não estava no caixão e que grande parte dos enlutados e carpideiras presentes eram atores pagos.
O funeral seria de Lauris Zaube, um letão de 23 anos que foi dado como desaparecido na virada do ano. Não está claro se ele está morto – ou se sua família também é vítima inocente do sinistro golpe. O organizador do funeral diz ser Clyde Zaube, irmão do suposto morto; ele diz que Lauris teria sido encontrado sem vida, congelado. A funerária contratada, a T Cribb and Sons, recebeu até uma certidão de óbito – produzida na Rússia.
No entanto, o corpo de Lauris ainda não teria sido encontrado. E o pior: aparentemente ele não tem um irmão chamado Clyde. Para piorar ainda mais as coisas, o padre acredita que seu contratante é um homem condenado pelo crime de pedofilia, cujo nome real não foi revelado.
Em depoimento ao Daily Mail, o religioso afirmou: “O [pedido] do funeral chegou há três ou quatro semanas”. Rupert questionou se existia uma ligação entre o morto e/ou sua família, e o suposto irmão afirmou que sim. Contudo, com a cerimônia rolando, o caldo começou a desandar. “Os agentes funerários iam recolher o corpo e, no último minuto, disseram-lhes: “não há corpo, temos cinzas”.
O Padre Rupert disse que havia dois grupos de pessoas na igreja. O primeiro grupo, formado por atores, foi respeitoso e educado, embora um deles reclamasse que não havia sido pago. Mas também havia um outro grupo, esse bem sombrio, de homens com jaquetas pesadas e escondendo os rostos com balaclavas. Entre eles o tal irmão do defunto.
“Eles tinham capuzes e óculos escuros. Eles tinham uma aparência sinistra. Tentei falar com esse Clyde Zaube e ele não quis falar comigo. Ficou claro que ele não era quem afirmava ser. Foi tudo uma espécie de funeral falso”, relatou o padre. “Eles fingiram que havia um corpo e pessoas em luto. Um dos atores sabia o nome da pessoa que os contatou para vir. Ele é um personagem bastante desagradável. Tenho quase certeza de que é ele quem afirma ser Clyde Zaube”, apontou, indicando que sabe a verdadeira identidade do falso irmão.
“Quando vi que era um funeral falso, disse que não poderia continuar. Dissemos a todos que deixassem o local e eles saíram relativamente felizes”, lembrou o padre. “Se fosse realmente uma família, eles estariam chorando e lamentando”, ponderou. E o revés para os organizadores não resultou em calote. “Fui pago, os diretores da funerária foram pagos. Não perdemos dinheiro, mas é muito, muito estranho. Eu fiquei chocado um tempo depois; me senti muito perturbado”, confidenciou o religioso.
“Normalmente você acredita nas palavras das pessoas. Eu estava preocupado que pudesse haver algum tipo de violência. Eu pensei: ‘preciso parar com isso porque é tudo falso’. Foi muito assustador”, comentou.
*Com informações de Revista Monet