Taylor Swift: conheça a cantora e suas principais polêmicas
Artista já foi cancelada após briga com Kim Kardashian e Kanye West, foi processada por um assediador e perdeu os direitos autorais de seus primeiros seis álbuns
Depois de 11 anos sem pisar em solo brasileiro, Taylor Swift está de volta. Ela desembarca com a turnê “The Eras Tour”, que homenageia seus 17 anos de carreira. O primeiro show no Brasil será nesta sexta-feira (17).
A cantora vai se apresentar no Rio de Janeiro nos dias 17, 18 e 19 de novembro. Já no próximo final de semana ela irá para São Paulo, com apresentações nos dias 24, 25 e 26 de novembro.
Nas quase duas décadas em que esteve na indústria da música, a artista já foi cancelada pela internet, foi processada por um assediador e perdeu os direitos autorais de seis álbuns. Confira os momentos mais polêmicos da Taylor Swift:
No MTV Video Music Awards de 2009, a categoria “Melhor Vídeo Feminino” contava com as artistas Taylor Swift, Beyoncé, Katy Perry, Lady Gaga e P!nk indicadas.
Foi o clipe de “You Belong With Me”, de Swift, que levou a melhor. Foi aí que ocorreu um dos episódios mais repercutidos nas redes sociais. Taylor levar a categoria, o que não agradou o rapper Kanye West, conhecido como Ye.
Na hora de fazer o discurso de agradecimento, Taylor, que na época tinha 19 anos, foi interrompida por Kanye. Ele subiu o palco, tirou o microfone da mão dela e disse: “Eu vou te deixar terminar, mas… Estou feliz por você, mas Beyoncé fez um dos melhores clipes de todos os tempos”.
A cantora não conseguiu terminar sua fala e chorou nos bastidores, segundo afirmou Van Toffler, que foi produtor da premiação, à Billboard em 2019. Segundo o produtor, ela até mesmo quis ir embora da premiação, mas conseguiram convencê-la a ficar dando a entender que ela ganharia o principal prêmio da noite, “Vídeo do Ano”, e que poderia deixar Taylor terminar o discurso em seu lugar.
Quando “Single Ladies” venceu a categoria, Beyoncé chamou Taylor Swift para subir no palco com ela e terminar seu discurso.
Briga com Ye e Kim Kardashian
Em 2015, seis anos após o VMA, Taylor Swift e Ye pareciam estar em bons termos. Neste ano, ela entregou para ele a a estatueta de Video Vanguard Award em outra edição da premiação. Nas redes sociais, Swift chegou a publicar uma foto agradecendo flores que ele teria mandado.
Até que, em fevereiro de 2016, o cantor lançou uma música chamada “Famous”, cuja letra dizia: “Sinto que eu e Taylor ainda vamos transar. Por quê? Eu fiz essa vadia ficar famosa”.
Na época, ele tuitou dizendo que a cantora aprovou a letra antes do lançamento. Em resposta, o time de Taylor negou a afirmação à Billboard, dizendo que, na verdade, o cantor havia pedido para promover a música dele no Twitter, antigo “X”, da cantora.
A declaração dizia que ela recusou e o avisou sobre a misoginia da letra, e que não sabia da parte que dizia “eu fiz essa vadia ficar famosa”. Em junho, Kim Kardashian, que era casada com o rapper na época, disse à GQ que a cantora sabia da letra da música e alegou que Taylor Swift estaria se fazendo de vítima.
O clipe de “Famous” enfim foi lançado em junho e trouxe uma nova polêmica. Ye e Kim Kardashian aparecem pelados na cama com os corpos de cera de celebridades nuas, como o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A réplica de Taylor Swift também foi colocada, logo de Kanye West.
No dia 18 de julho, Kim Kardashian comemora nas redes sociais dizendo que é oficialmente o “Dia da Cobra”. No Snapchat, publicou vídeos de uma conversa secretamente gravada de Taylor e Kanye, em que a cantora concorda com ele usando o nome dela na música. Taylor então usou suas redes para questionar em que parte do vídeo o rapper diz que a chamaria de “vadia” na canção.
“Eu queria acreditar no Kanye quando ele me disse que eu amaria a música. Queria que tivéssemos uma relação amigável. Ele prometeu tocar a música para mim, mas nunca o fez”, escreveu.
Em resposta ao cancelamento que sofreu na época causados pela briga com Kim Kardashian e Kanye West, o álbum seguinte da cantora foi o “Reputation”, lançado em 2017. Na nova obra, ela abraça a persona de cobra que a deram e expressa o que sentiu com a reação das pessoas na internet.
Em março de 2020, o vídeo não editado da conversa entre Taylor Swift e Kanye West sobre a música “Famous” vazou na internet. Os vídeos publicados por Kim Kardashian eram apenas trechos. No fim das contas, o vídeo mostra ela autorizando a letra “sinto que eu e Taylor vamos transar”, mas nunca ouvindo a parte “eu fiz essa vadia famosa”, como havia afirmado anteriormente.
Em resposta ao vazamento, Kim Kardashian se defendeu em suas redes sociais dizendo que nunca foi sobre a palavra “vadia”, mas sobre se havia tido uma ligação ou não e o tom da conversa. Ela também defendeu o fato de que Kanye gravou a conversa sem o consentimento de Taylor:
“Como um artista, Kanye tem todo o direito de documentar sua jornada musical e o processo, assim como ela fez em seu documentário”, disse se referindo à “Miss Americana”, série sobre Taylor Swift feita pelo serviço de streaming da Netflix.
Processo de assédio
Em 2013, um radialista chamado David Mueller perdeu seu emprego após assediar Taylor Swift em um Meet and Greet em Denver, nos EUA. “Quando estávamos posando para a foto, ele enfiou a mão no meu vestido e agarrou minha bunda. Eu me contorci e cambaleei para o lado para me afastar dele, mas ele não me soltou”, contou à revista TIME em 2017.
Imediatamente após a foto, o time de segurança da cantora foi informado e o confrontou. Eles também informaram o episódio à rádio KYGO em que o apresentador trabalhava, e ele foi demitido.
Em 2015, Mueller decidiu processar a cantora por difamação, alegando que perdeu seu emprego e oportunidades de negócios em potencial por conta das alegações. O processo pedia US$ 3 milhões em indenização.
No documentário da Netflix, “Miss Americana”, ela diz que sete pessoas viram ele a assediar, além de existir uma foto como prova do momento, que posteriormente foi publicada pelo site TMZ. Em resposta, ela o processou pelo valor simbólico de US$ 1.
Em 2017, a juíza rejeitou o processo de difamação de Mueller dizendo que Taylor Swift não agiu de forma inadequada ao entrar em contato com a rádio para falar sobre o caso de assédio. Ele também foi considerado culpado no processo da cantora contra ele.
“Você não sente nenhuma sensação de vitória quando vence, porque o processo é muito desumanizante”, disse ela no documentário “Miss Americana”. “Isso tendo sete testemunhas e uma foto. O que acontece quando você é estuprada e é sua palavra contra a dele?”
A briga pelos direitos de seus álbuns
Em outubro deste ano, os fãs de Taylor Swift comemoraram com a versão da cantora do álbum 1989. Isso porque ela própria não detinha os direitos autorais desse álbum.
A cantora trabalhava na gravadora Big Machine Records, mas rompeu com eles em 2018. No entanto, o direito das obras é da gravadora, que também possui os fonogramas que são as gravações em si de uma música – o arquivo que será reproduzido em streamings, CDs, discos de vinil, filmes e séries. Portanto, todo o trabalho dela estava em posse do estúdio.
Quando a empresa Ithaca Holdings comprou a Big Machine Records em 2019, levou os arquivos do material de Taylor Swift junto. O empresário por trás foi Scooter Braun, e foi isso que incomodou tanto a artista. “Tudo que eu consegui pensar foi no bullying incessante e manipulador que eu recebi dele por anos. […] Agora Scooter me despiu de uma vida de trabalhos, que eu não tive a oportunidade de comprar. Essencialmente, meu legado musical está prestes a ficar na mão de alguém que tentou arruiná-lo”, escreveu, em uma publicação no Tumblr em 2019.
Após o ocorrido, a cantora tentou comprar novamente seu catálogo, mas sem sucesso. Em novembro de 2020, quando suas obras foram vendidas para o fundo de investimentos Shamrock Holdings por R$ 300 milhões de dólares, ela contou no Twitter que vinha tentando recuperar seu trabalho, mas sem sucesso.
Segundo a cantora, antes de qualquer negociação, a equipe Scooter Braun queria que ela assinasse uma cláusula confidencial afirmando que nunca mais diria uma palavra sobre ele que não fosse positiva. “Então, eu teria que assinar um documento que iria me silenciar para sempre antes mesmo que eu pudesse receber a oferta sobre meu próprio trabalho”, contou.
Hoje em dia, Taylor é assinada com a Republic Records, selo da Universal Music. Desde abril de 2021, Taylor Swift começou a regravar seus discos para tentar recuperar os direitos autorais.
Até o momento, ela já lançou regravações dos álbuns “Fearless”, “Speak Now”, “Red” e “1989”. Agora, faltam apenas os álbuns “Taylor Swift” e “Reputation”.
*Com informações de CNN