Crítica O Lado Bom de Ser Traída | Filme é tão ruim que ofende o espectador
Apostando em mais uma produção soft porn, a Netflix lança no dia 25 de outubro o filme nacional O Lado Bom de Ser Traída. Dirigido por Diego Freitas (Depois do Universo) e baseado no livro homônimo de Sue Hecker (pseudônimo de Débora Gastaldo), o longa não é apenas ruim, mas também um dos exemplares mais cafonas que o streaming tem em seu catálogo.
Para começar, a trama inicia com um sonho da protagonista Babi (Giovanna Lancellotti). No sonho, ela e um homem misterioso estão disputando uma corrida de moto quando ele se acidenta e machuca o braço. Ao se levantar, os dois vão para um galpão abandonado e fazem o sexo mais selvagem e tórrido possível, movidos por um desejo incontrolável.
Quando acorda, no entanto, a mocinha tem que se deparar com uma realidade mais cruel: fazer um sexo morno com seu noivo Caio (Micael Borges) e ainda agilizar os preparativos do seu casamento. O que ela não imaginava é que seria surpreendida, no dia da sua despedida de solteira, com fotos dele beijando outra mulher.
Como se já não bastasse esse roteiro simplista, a trama avança com um texto cheio de clichês e mostra Babi renascendo das cinzas após o sofrimento e fazendo o que toda mulher faz depois de um fora (pelo menos nos filmes): pintando os cabelos.
A partir daí, o que se vê é uma história previsível que não prende a atenção de ninguém. Lembra do homem bonitão dos sonhos de Babi? Pois bem, ele é Marcos (Leandro Lima), um juiz que entra na vida dela por acaso, mas, claro, acaba se tornando o homem ideal para tirá-la da fossa e relembrá-la o que é um sexo bom de verdade.
Aqui, é preciso dizer que o filme tem muitas cenas explícitas, mas o que incomoda mesmo é a forma como elas foram dirigidas. Apesar de muito bem coreografadas, as sequências são embaladas por músicas altas e sensuais, o que faz com que elas se assemelhem a um clipe pornô. É tudo tão cafona que, ao invés de despertar desejo, causa risada.
Isso sem falar na fotografia do filme. Com uma penumbra que mescla tons de azul e vermelho, O Lado Bom de Ser Traída não sabe se quer ser sexy ou misterioso, mas acaba sendo apenas ruim mesmo. Alguns takes são tão escuros que fica difícil ver o rosto dos atores, o que aqui não é de todo ruim, já que as atuações também são fracas.
Com experiência em novelas, Giovanna não faz tão feio, mas também não entrega uma atuação espetacular, muito provavelmente porque o próprio texto não lhe dá brechas para isso. Já Leandro Lima, Micael Borges e Bruno Montaleone estão bem caricatos e deixam espaço para a ex-BBB e atual produtora de conteúdo Camilla de Lucas brilhar sozinha como alívio cômico.
Dando vida a Paty, a ex-sister faz sua estreia como atriz em um papel engraçado e divertido que arranca boas risadas da audiência e deixa o filme mais leve.
*Com informações de Canal Tech