Lucro e Impacto Social: O Caminho do ESG para um Capitalismo de Stakeholders

Por Mariana Borges*

Na interseção entre a busca pelo lucro e a responsabilidade social, emerge um dilema que tem perdurado ao longo das décadas: a empresa deve se concentrar unicamente em maximizar seus lucros ou também considerar seu impacto na sociedade?

Embora a controvérsia persista, a evolução do pensamento empresarial tem levado à conclusão de que não é necessário escolher um extremo, mas sim buscar um equilíbrio entre o lucro e o impacto social.
Este artigo explora essa discussão, destacando a importância crescente da abordagem ESG (ambiental, social e governança), que integra o propósito socioambiental com a obtenção de ganhos financeiros.

Lucro x Responsabilidade Social

Na década de 1970, o economista Milton Friedman publicou um artigo no The New York Times, intitulado “A Responsabilidade Social das Empresas é Aumentar Seus Lucros”. Friedman sustentou que a única responsabilidade de uma empresa era com seus acionistas e que qualquer desvio dessa busca pelo lucro seria contraproducente para a economia como um todo. Esse ponto de vista delineou grande parte do pensamento empresarial por décadas. Porém a crescente complexidade dos desafios sociais e ambientais tem obrigado as empresas a reconsiderar essa visão.

Na medida em que as sociedades passaram a lidar com questões como desigualdade, degradação ambiental e exclusão social, surgiu uma nova perspectiva empresarial que reconhece a necessidade de equilibrar a obtenção de lucros com a geração de impacto social positivo. As empresas não são mais meros atores econômicos, mas também desempenham um papel significativo na construção de um futuro sustentável. Essa transformação foi impulsionada, em parte, pela adoção do conceito de “capitalismo de stakeholders”.

O Capitalismo de Stakeholders: Lucro, Propósito e Impacto

A discussão sobre o capitalismo de stakeholders propõe uma mudança na percepção do papel da empresa na sociedade. Ao invés de se concentrar exclusivamente nos acionistas, o capitalismo de stakeholders reconhece a interdependência entre diferentes partes interessadas, incluindo funcionários, clientes, fornecedores, comunidades e o meio ambiente. Nesse modelo, a empresa busca simultaneamente o lucro e a promoção do bem-estar dessas partes interessadas.

A convergência entre lucro e impacto social ocorre quando as empresas adotam uma abordagem de negócios centrada no propósito. Isso implica a definição de metas claras e mensuráveis relacionadas ao impacto social, alinhadas com a missão da empresa. Ao fazer isso, as empresas podem gerar resultados financeiros sustentáveis enquanto abordam questões críticas, como pobreza, educação, saúde e sustentabilidade ambiental.

A abordagem de equilibrar lucro e impacto social não é apenas viável, mas também benéfica a longo prazo. Empresas que integram responsabilidade social em sua estratégia de negócios têm a oportunidade de construir relações mais fortes com seus clientes, melhorar a satisfação e a produtividade de seus funcionários e fortalecer sua reputação. Além disso, elas podem contribuir para a resolução de desafios sociais, reduzindo a pressão sobre os sistemas públicos.

Em última análise, o melhor caminho é adotar uma abordagem que harmonize lucro e impacto social. Ao fazer isso, as empresas não apenas maximizam o valor para seus acionistas, mas também desempenham um papel significativo na construção de uma sociedade mais justa, sustentável e equitativa.

O capitalismo de stakeholders representa um marco em direção a um modelo empresarial mais inclusivo e consciente, onde o sucesso é medido não apenas em termos financeiros, mas também pelo impacto positivo que é gerado para todas as partes envolvidas.

*Artigo escrito por Mariana Borges, mentora e consultora em ESG e Sustentabilidade
Organizacional, especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
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