LA GUANCHA QUEÑA
Não sei do que se trata esse nome curioso. Apenas sei que é o título de uma das canções gravadas na fita cassete que tocava no som da Rural Willys do meu amigo Eduardo Malo, diputado en la Camara Federal Ecuatoriana, enquanto subíamos os contrafortes da Cordilheira dos Andes, de Guayaquil até Cuenca, no Equador.
O nosso grupo do Fellows II já havia embarcado num ônibus para o mesmo trajeto, e eu, afortunado, havia sido convidado para fazer a viagem com aquele amigo de última hora, que me apresentou a uma das mais belas canções que conheço: Alfonsina y el Mar.
Naquela subida despretensiosa conheci a história de uma grande poetisa argentina, Alfonsina Storni, que, num surto, mergulhou no mar para nunca mais voltar. E os conterrâneos Felix Luna (letra) e Ariel Ramirez (música) relataram essa triste história numa linda canção magistralmente interpretada pela não menos talentosa e também conterrânea deles, a Mercedes Sosa. Vale a pena conhecer.
Continuando a nossa subida, paramos numa plataforma de águas calientes que compõem uma formação de piscinas de água corrente com temperatura de mais de 30º. C, encravadas na Cordilheira gelada. Realmente, uma parada inusitada naquela paisagem celestial.
Tomamos a estrada novamente e rumamos para Ingapirca, segundo a lenda a primeira vila de origem inca, ainda com fortes vestígios da civilização pré-colombiana. De lá, enfrentamos mais um trecho muito íngreme até chegarmos à belíssima cidade de Cuenca, onde permanecemos por uma semana, envolvidos com palestras, seminários e vinhos argentinos e chilenos. E com muita música, é lógico. Fiz duas apresentações ao violão, uma no local dos seminários e outra no espetacular hotel também encravado nos picos da Cordilheira dos Andes.
Aquela trilha sonora, acima referida – de músicas simples, letras e melodias bem rústicas -, foi transformada num CD para minhas atuais e futuras recordações e está às ordens para os interessados.
Roberto Hermeto Brandão – advogado e professor aposentado
Email: robertohbrandao@gmail.com