Objeto encontrado em ruína romana pode ser brinquedo sexual de 2.000 anos atrás
Arqueólogos encontraram o que parece ser um raro exemplar de um brinquedo sexual romano: um pênis esculpido em madeira, direto do século II d.C. O objeto foi encontrado no forte de Vindolanda, na Inglaterra, próximo à Muralha de Adriano. À época fronteira mais ao norte do Império Romano, hoje Vindolanda providencia achados arqueológicos dos mais curiosos aos pesquisadores, incluindo diversos objetos fálicos, como o desta notícia, mas que incluem o recentemente noticiado xingamento acompanhado de ilustração peniana entalhados em rocha.
Os soldados postados no forte nortenho lidavam com os mais ferozes dos chamados povos bárbaros, que atormentavam os romanos, e buscavam segurança, inclusive espiritual. Altamente supersticiosos, indivíduos da época utilizavam a figura do pênis como um símbolo de boa sorte e proteção, retratados publicamente sem pudor algum. Vemos objetos fálicos em todos os lugares, como tampas de caixas, paredes de pedra, esculturas e até mesmo equipamentos de montaria.
Um achado maior do que os outros
Mesmo para Vindolanda, no entanto, o falo de madeira é incomum, e nada parecido jamais chegou até nós vindo de escavações arqueológicas. Quando foi encontrado pela primeira vez, em 1992, pensava-se ser um aparelho de cerzimento, ou seja, uma ferramenta usada para remendar roupas. Uma ranhura no topo, no entanto, torna essa parte do objeto suspeitosamente parecida com uma glande, o que é agravado pelo fato de que está bem lisa, sugerindo atrito rotineiro com alguma superfície.
Ainda assim, há 3 teorias para o uso do artefato. Com 16 centímetros de comprimento, ele poderia ter servido como pistilo, ou seja, um bastão utilizado para moer ou triturar ingredientes em um almofariz, ou moedor, uma versão pequena de um pilão. Embora pareça que objeto consiga esmagar materiais macios, não há manchas ou descoloração nele, deixando a possibilidade um pouco remota.
Outra hipótese aventada admite que a escultura em madeira seja um pênis, mas a categoriza como uma estátua, um adorno que teria sido colocado do lado de fora de uma casa, sendo possivelmente acariciado por transeuntes para garantir boa sorte, algo ainda praticado atualmente em estátuas. O problema é que não há sinais de desgaste pelas intempéries ou da fixação do objeto em alguma estrutura, o que deixa isso menos provável.
Por fim, a infame teoria — e que parece ser a mais provável — é a de que ele realmente tenha sido um dildo, um brinquedo sexual altamente preservado com cerca de 2.000 anos. É sabido, pela história, que gregos e romanos usavam implementos sexuais, mas talvez de formas que não consideramos hoje em dia. O termo “brinquedo sexual”, aliás, pode não ter se aplicado a eles.
Algumas atitudes que perpetuavam desigualdades sociais e desequilíbrios de poder poderiam ter envolvido o objeto, como o seu uso em pessoas escravizadas pelo senhorio. A violência sexual é recorrente na literatura romana. Ademais, o falo pode não ter sido usado para penetração, já que o desgaste em seu exterior é mais coerente com a hipótese de estímulos clitorianos. Suas extremidades são mais gastas do que o meio, por exemplo.
Outros objetos sexuais já foram encontrados por arqueólogos, como um pênis de bronze chinês de 2.000 anos atrás. O mais antigo seria um encontrado na caverna de Hohle Fels, na Alemanha, com 28.000 anos. Embora o falo de Vindolanda seja simples, ele foi aparentemente esculpido pelas mãos de um artista confiante, que era proficiente em sua arte, segundo os cientistas. Eles completam dizendo que precisamos aceitar a presença de itens como esse e a manifestação de práticas sexuais em culturas do passado.
Fonte: Antiquity