RENDA AS ARMAS VALENTÃO

O Alagoano, um dos bares mais conhecidos do Crato, frequentado por médicos, jornalistas, cantadores de viola e outras categorias, inclusive os eternos amantes da cachaça, a bebida mais consumida no Ceará, numa noite de casa cheia, lançou um concurso para o verso mais bonito, sob o título: “RENDA AS ARMAS VALENTÃO”. Vários versos foram feitos, inclusive pelo renomado poeta Pedro Bandeira, mas não agradaram. E eis que entra um bêbado, conhecido no “pedaço” como Zé de Margarida e se aproxima de seu Apolinário, dono do bar e diz: “eu sei fazer verso, eu sou do bom. Taí Macário Batista que é meu fã. Já bebi muita cachaça com ele”. Nesse momento toda a clientela se virou para conhecer Macário que estava num canto do bar, calado estava e mais calado ainda continuou. Nessa época Macário era editor do Bom Dia Ceará e ficou muito conhecido na Região, quando transmitiu ao vivo, a visita do presidente Sarney a Juazeiro do Norte. Como o dono do bar não disse sim ou não para o bebum, ele continuou: “sou amigo da imprensa, do norte e nordeste, até em Brasília, onde tenho amigo chamado Wilson Ibiapina. Esse sim, gosta de uma cachaça desenfreada. Tem uma coleção enorme de cachaça. Tive na casa dele. Ele me contou que um tal de Nerso Farinha, esteve lá e deu um abalo na coleção. Antes de começar a beber, ele tomou 17 doses de diferentes garrafas, para poder escolher qual a cachaça que ia beber. Como testemunha estavam lá dois jornalistas: um tal de de Luiz Joca e um tal de Bosco.”Nesse momento seu Apolinário interrompeu o lenga-lenga do bebum e disse vai ou não vai fazer o verso? O nosso bebum disse: primeiro uma talagada de “Amansa Corno”, na risca”. O copo cheio desapareceu mais rápido que manteiga em venta de gato. E o verso saiu: NA AMANHECENÇA DO DIA/ EU OLHEI PRO PÉ DO POTE/ FUI AVISTANDO UM CAÇOTE/ QUE TAVA FORÇANDO UMA JIA/ PENSAVA QUE NINGUÉM VIA/ AQUELA ESCULHAMBAÇÃO/ NA MESMA HORA SEGUINTE/ VEM CHEGANDO UM CURURU/ TACOU-LHE O DEDO NO CU/ RENDA AS ARMAS VALENTÃO.

Nelson Faheina