Doença do beijo | Entenda os riscos da mononucleose no carnaval

Na época do carnaval, casos de mononucleose, condição popularmente conhecida como febre ou doença do beijo, são mais frequentes. O risco da infecção é normalmente mais alto, já que a festa é sinônimo de beijo na boca para muitos foliões, e esta é a principal forma de transmissão do vírus Epstein-Barr (VEB).

“A doença do beijo é a mais prevalente [nesta época], e também é bem comum entre jovens de 15 a 25 anos”, afirma Carolina Foot Gomes de Moura, cirurgiã-dentista e professora do curso de Odontologia da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). Como a doença não é de notificação compulsória, não existem dados oficiais sobre a incidência.

Casos da doença do beijo aumentam em adolescentes e adultos na época de carnaval (Imagem: DisobeyArtPhotography/Envato)

“Ao sinal de quaisquer sintomas incomuns [na boca], bem como o surgimento de lesões avermelhadas, esbranquiçadas ou ulceradas, estando sintomáticas ou não, é importante procurar atendimento médico ou odontológico”, recomenda a professora.

Além da doença do beijo, o período de carnaval é marcado por alta nos casos de herpessífilis e sapinho (candidíase oral), já que também podem ser transmitidos por um simples beijo, especialmente quando a doença está na fase aguda. Se considerar as infecções transmitidas sexualmente, a lista do carnaval ainda pode aumentar. Por isso, a recomendação é aproveitar a festa com moderação.

Quais são os sintomas da mononucleose?

É importante destacar que a doença do beijo tem um longo período de incubação, estimado entre 30 a 45 dias. Isso significa que a pessoa infectada pelo vírus Epstein-Barr não vai estar doente na quarta-feira de cinzas, mas só um mês depois. Após esse período, alguns indivíduos podem ter e transmitir o agente infeccioso, de forma assintomática (sem sintomas).

Febre alta é um dos principais sintomas da mononucleose (Imagem: Prostock-studio/Envato)

Quando a pessoa manifesta os sintomas da mononucleose, estes tendem a ser os mais comuns:

  • Febre alta;
  • Dor de garganta;
  • Inchaço dos gânglios linfáticos (ao redor do pescoço e da garganta);
  • Mal-estar;
  • Congestão nasal e coriza, como se estivesse resfriado;
  • Manchas no céu da boca (petéquias no palato);
  • Comprometimento de fígado e baço.

Doença é transmitida apenas pelo beijo?

Embora o quadro receba o nome de doença do beijo, não é o ato de beijar que transmite o vírus. Na verdade, o risco está no contato com secreções orais do indivíduo contaminado, como a saliva. Aqui, vale o contato indireto também, quando ocorre o compartilhamento de copos ou garrafas. Segundo o Ministério da Saúde, é a transmissão através da transfusão de sangue ou do contato sexual.

Doença do beijo tem tratamento? E cura?

Infelizmente, “não há um tratamento específico para a doença do beijo. Geralmente, são indicados repouso e medicamentos que amenizam os sintomas”, explica a infectologista Flávia Cunha Gomide para a Agência Brasil. Entre as possíveis medicações prescritas, estão os antitérmicos que controlam a febre. Outra indicação importante é o consumo de bastante água, evitando a desidratação do corpo.

Como a principal forma de transmissão da doença é a saliva, a única forma eficaz de evitar a infecção é não beijando e nem dividindo utensílios durante o carnaval, já que não existem vacinas. No entanto, fortalecer o sistema imunológico pode ser uma boa estratégia para reduzir os riscos de inúmeras doenças. Para isso, a pessoa deve basicamente manter hábitos saudáveis, praticar exercícios, se alimentar bem e ter boas noites de sono.

Embora exista tratamento para a fase aguda e sintomática da doença do beijo, a infecção pelo vírus não tem cura. Em outras palavras, uma vez infectada, a pessoa deve continuar com o agente infeccioso, mesmo que ele nunca mais se manifeste. Inclusive, existem estudos emergentes que associam o VEB com o risco aumentado para a esclerose múltipla.

Fonte: Com informações: Ministério da Saúde e Agência Brasil

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