Os 10 mangás mais vendidos do mundo em todos os tempos
Embora a cultura pop olhe para o Japão quase sempre sob o viés dos animes, a verdade é que a indústria dos mangás é a verdadeira força cultural do país. Com um mercado editorial de dar inveja, os quadrinhos orientais são tanto a base das adaptações animadas que a gente consome aqui como também o celeiro de muitas ideias.
A maior prova disso é que temos séries de mangás que são verdadeiros fenômenos de venda, quebrando recordes e mostrando uma força que nenhum outro mercado parece ser capaz de rivalizar. Falamos muito sobre o tamanho de um Superman ou Homem-Aranha, mas os números de um Dragon Ball ou Naruto são igualmente grandes.
Ok, as métricas e a própria lógica do mercado são diferentes. Afinal, um mangá tem começo, meio e fim e isso faz toda a diferença. Ainda assim, não há como não ficar abismado com os resultados que os quadrinistas japoneses apresentam.
Ao mesmo tempo, é interessante olhar para os mangás mais vendidos de todos os tempos do Japão e ver como há coisas que são fenômenos estrondosos por lá e que, aqui, são meros desconhecidos.
10. Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba
O fato de Demon Slayer já aparecer nessa lista mostra o quanto o mangá escrito por Koyoharu Gotouge é mesmo o sucesso que todo mundo diz ser. Com cerca de 150 milhões de cópias vendidas, o mangá é o mais recente dessa lista.
A publicação original começou em 2016, o que faz essa obra ainda ser muito jovem perto de outras que já estão há décadas no mercado. 9
O segredo de todo esse sucesso está na combinação de ótimos personagens com uma trama simples, mas bastante funcional. A aventura é focada no herói Tanjiro Kamado, um garoto que se torna um caçador de demônios após toda sua família ter sido morta — com exceção de sua irmã, que foi transformada em um desses monstros.
9. KochiKame: Tokyo Beat Cops
Eis o primeiro sucesso japonês de que nunca ouvimos falar aqui no Brasil. Com 156,5 milhões de cópias vendidas, o mangá é uma comédia policial que já tem mais de 200 volumes publicados, além de ter rendido uma série de adaptações em anime, filme e até peças de teatro.
Como você bem pode imaginar, o mangá de Osamu Akimoto já é bem antigo. Ele foi lançado pela primeira vez em 1976 e construiu sua popularidade ao deixar de lado os grandes arcos de histórias para apostar em tramas mais curtas e isoladas — o que faz com que as piadas sempre funcionem muito bem. Imagine mais ou menos como uma edição da Turma da Mônica, com tramas curtas em que a comédia se desenvolve dentro de poucas páginas.
A história de KochiKame: Tokyo Beat Cops é centrada em Kankicki Ryotsu, um policial de meia-idade que não leva seu trabalho a sério, preferindo dedicar seu tempo a atividades mundanas como videogames ou mesmo dormir em serviço. E o humor do mangá está nas confusões causadas pelo seu jeito desleixado.
8. Slam Dunk
Lançado em 1990, Slam Dunk é um daqueles mangás que todo fã de esporte precisa conhecer. Criado por Takehiko Inoue (Vagabond), a série é uma clássica história de esportes que acompanha o time de basquete de uma escola. Só que a forma com que ele apresenta as regras e costura isso com a personalidade e a jornada de seus personagens é tão boa que faz todo o sentido o título ainda ser um fenômeno.
Tanto que, com apenas 31 volumes, o mangá já superou a marca das 170 milhões de cópias vendidas — uma média de 5,5 milhões para cada edição. Mais do que isso, é um mangá tão influente que abriu as portas não apenas para outros quadrinhos sobre basquete e outros esportes como também gerou filme, anime e até inspirou alguns atletas japoneses a jogarem em outras ligas mais competitivas, como a própria NBA.
E tudo isso por causa da história de Hanamichi Sakuragi, um delinquente juvenil que entra para o clube de basquete da escola para impressionar uma menina. Parece bobo, mas a trama desenvolve isso tão bem que esse plot logo é deixado para trás para focar nas rivalidades e nas relações de cada um dos jogadores.
7. Black Jack
Embora não seja a obra mais famosa de Osamu Tezuka, Black Jack é a mais vendida do pai dos mangás. Com apenas 25 volumes, a trama do médico ilegal que ajuda as pessoas mesmo sem ter licença para isso vendeu mais de 176 milhões de cópias ao longo dos 10 anos em que a série foi publicada.
Parte desse sucesso estava no formato das histórias. Ao invés de ser um enredo linear e contínuo, o quadrinho sempre trouxe roteiros fechados e autocontidos — o que é muito mais amigável para o leitor.
E vamos combinar que esse argumento sempre é muito interessante. É quase como um House com um médico ainda mais irresponsável, descumprindo tudo quanto é tipo de lei apenas pela missão de ajudar as pessoas.
6. Doraemon
Com mais de 250 milhões de mangás vendidos, era óbvio que o mundo inteiro iria crescer os olhos para Doraemon — inclusive no Brasil. No entanto, o gato robô nunca conseguiu repetir o sucesso fora do Japão.
Foram várias tentativas de trazer as adaptações do mangá para cá, mas os animes e filmes sempre se limitaram a algo de nicho e sem o mesmo impacto de seu país de origem.
Parte disso está no fato de que a história de Doraemon é algo que dialoga de forma muito específica com as crianças japonesas. Trata-se de uma obra infantil publicada entre 1969 e 1996 que fala sobre a realidade que elas encaram no país e que nem sempre faz sentido em outros locais.
5. Detective Conan
Outra franquia que já tentaram trazer para o Brasil e não vingou por aqui foi Detective Conan. O mangá já vendeu mais de 250 milhões de cópias no Japão e vem sendo publicado há 28 anos. Ao todo, já são 99 volumes além de uma infinidade de adaptações e filmes.
Essa longevidade é compreensível diante da trama realmente curiosa: Shinichi Kudo é um detetive genial que se vê preso no corpo de uma criança após cair na armadilha de um grupo criminoso. Nessa nova forma, ele precisa usar sua inteligência e perspicácia para ajudar a polícia a capturar criminosos — incluindo aqueles que armaram para ele.
4. Naruto
Naruto dispensa apresentações. O ninja menos discreto do mundo chega com sua roupa laranja em uma saga que ainda rende sequências e foi uma febre que tomou o mundo no início dos anos 2000 e parece longe de ir embora. A tudo isso fez com que a história do garoto que sonhava em ser líder da sua vila e acaba salvando o mundo vendesse mais de 250 milhões de cópias ao longo de 15 anos de publicação.
Ao todo, Naruto teve 72 volumes publicados. Contudo, a obra terminou de forma tão rentável que era óbvio que iam dar um jeito de dar continuidade. Assim, não demorou para que o filho do herói tivesse seu próprio anime e mangá.
3. Golgo 13
Pode parecer um absurdo um mangá que não é um fenômeno global estar no topo da lista com nomes como Naruto e Dragon Ball, mas há uma boa explicação para Golgo 13 estar entre os mais vendidos de todos os tempos: trata-se de uma das histórias mais longevas do Japão.
Criado em 1969, o mangá segue sendo publicado durante 54 anos e já tem mais de 201 volumes. Só isso já dá uma boa dimensão da popularidade e também da qualidade envolvendo a história do assassino profissional nos mais diferentes tipos de missões.
2. Dragon Ball
Posso pressentir o perigo e o caos que seria se não falássemos de Dragon Ball por aqui. O mangá de Akira Toriyama é um fenômeno global que, embora tenha sido concluído há quase três décadas, segue sendo um dos grandes ícones da cultura pop oriental. Se você parar um desconhecido na rua e perguntar sobre mangá e anime, há grandes chances de ele falar algo sobre Goku.
Embora a gente divida aqui a saga em duas fases distintas, a verdade é que a obra original é uma única coisa que vai desde o primeiro encontro de Goku e Bulma até a luta contra Majin Boo. Esses 42 volumes foram publicados entre 1984 e 1995 e venderam mais de 300 milhões de unidades. Isso sem falar dos jogos, filmes, animes, mangás…
1. One Piece
Só que nem mesmo a popularidade de Goku é capaz de segurar o Bando do Chapéu de Palha. Ano após ano, One Piece mostra por que é o mangá mais popular de todos os tempos ao quebrar diferentes recordes. O anime acabou de chegar à marca dos 1000 episódios, mas isso não é nada perto dos números que o mangá já conquistou.
A publicação começou em 1997 e, ao longo desses 25 anos, já foram publicados 102 volumes da saga de Monkey D. Luffy e sua tripulação de desajustados em busca do maior tesouro dos piratas. Isso tudo fez com que a saga já superasse as 500 milhões de cópias vendidas — um número bem acima dos demais competidores.
E esse número pode crescer, já que a trama ainda segue sendo publicada e em alta. O autor Eiichiro Oda falou que o mangá já caminha para o seu fim, mas que ainda vai levar alguns anos para que isso aconteça. Considerando que o clímax parece estar prestes a começar, pode esperar um aumento considerável nas vendas.
*Com informações de Canal Tech