As motivações para alergias alimentares aparecerem na infância

Reações adversas a determinados alimentos são comuns em crianças, têm origem genética e apresentam piora associada à ingestão alimentos ultraprocessados

Cercadas por embalagens chamativas e uma variedade de sabores em lanches ultraprocessados, crianças são frequentemente estimuladas a ingerir alimentos com ingredientes desconhecidos e, muitas vezes, nocivos à saúde. Razão de preocupação de pais e responsáveis, alergias e intolerâncias alimentares são normais, mas podem manifestar reações graves se não acompanhadas por um profissional.

Coceira, vermelhidão, tosse, enjoo, vômito e até mesmo falta de ar são sintomas apresentados por uma criança em crise de alergia alimentar. Condição de origem genética, se manifesta quando o sistema imunológico age com uma resposta exagerada após a ingestão de determinados alimentos, identificados como uma possível ameaça ao organismo.

Segundo Henrique Gomes, pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008, as causas de uma alergia alimentar podem ser variadas. “O surgimento dela se dá basicamente por dois fatores: genético e ambiental. O genético é imutável, uma predisposição; enquanto o ambiental pode ser causado por uma quebra da barreira intestinal (uso de antibióticos, bloqueadores da acidez gástrica e/ou corticóides, assim como nascimentos por parto cesáreo), além de maior exposição a alimentos processados e ultraprocessados e até mesmo pelo aumento da exposição a fórmulas infantis substitutas do leite materno”, afirma o pediatra.

No entanto, algumas crianças são mais sensíveis que outras, mas em geral, é comum que os pequenos manifestem reações alérgicas. Isto se deve ao fato de que certos tipos de alimentos tendem a ser mais alergênicos como: leite de vaca, soja, amendoim, nozes, trigo e crustáceos. Ingredientes que podem ser substituídos de maneira saudável sem prejudicar o desenvolvimento das crianças.
O especialista ainda conta que é importante diferenciar alergia de intolerância alimentar. Apesar da semelhança, alergias estão associadas a uma resposta exagerada do organismo a um alimento enquanto a tolerância se refere à falta de uma enzima para digestão dele. A que vemos com mais frequência é a lactose, mas também há casos de intolerância ao glúten, à frutose e à sacarose.

Portanto, é importante que os pais se atentem a uma dieta balanceada assim que um bebê entra na fase de introdução alimentar. Ao começar o desmame, apresente alimentos naturais como frutas e legumes, aos poucos monte refeições mais elaboradas. Desta forma, o organismo se adaptará aos poucos às novas fontes de energia que ele tem à disposição.

É válido enfatizar que alguns alimentos podem desencadear reações adversas quando ingeridos, pela primeira vez, mas com um intervalo de tempo, ele pode ser oferecido novamente a fim de ver se foi de fato uma reação de adaptação ou um sintoma alérgico, o que não acontece em casos comprovados como de intolerância alimentar.

Sobre o Dr. Henrique Gomes – Pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008, Henrique é pós-graduado em Lato Sensu em Doenças Funcionais e Manometria do Aparelho Digestivo no Hospital Israelita Albert Einstein. Residência médica em pediatria pelo HMIB (2006 e 2007), além de atuação na área de Gastropediatria pelo HBDF (2008 e 2009), o profissional atua na área de Gastroenterologia Pediátrica, especialidade que auxilia o pediatra na assistência de crianças e adolescentes portadoras de sintomas relacionados ao aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, diarreias, alergias aos alimentos, dores abdominais, constipação intestinal, entre outros.

Atualmente é pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008; pediatra do Grupo Santa (Hospital Santa Lúcia Sul e Taguatinga) e pediatra das clínicas PedCare e Le Petit.

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