Entrevista com a pré candidata Mônia Andrade

Mônia Andrade, do Partido Progressistas, é empresária, mãe, cristã, pré-candidata a Deputada Distrital quer renovar o cenário político do Distrito Federal e contribuir para diminuir a disparidade de gênero na Assembleia Legislativa, onde, na atual legislatura, de 24 representantes, foram eleitas apenas 3 mulheres.

PERGUNTAS

1. O que o levou a apresentar sua pré-candidatura ao cargo de Deputado Distrital?

Me motivei em 2017, quando comecei a fazer um trabalho social. Era eu e um ator de circo, ele se chama palhaço Psiu. Essa foi a época em que eu comecei a conhecer algumas comunidades do Distrito Federal, que ainda não havia tido contato, como Sol Nascente, alguns locais de Planaltina e Vale do Amanhecer. Infelizmente, vi muitas pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Fome, falta de infraestrutura básica, muita miséria. Então, foi nesse período que eu amadureci a minha ideia de entrar na vida política, acredito que dessa forma poderei alcançar mais pessoas. 

A grande virada de chave foi no ano passado, quando minha mãe faleceu. Ela já fazia trabalho social e quando eu a perdi, percebi que deveríamos fazer algo a mais nessa vida. Você nasce, trabalha, morre e se não fizer nada esses problemas sociais continuam aí. É uma questão coletiva mesmo. Por mais que tenha muita decepção com a política, acredito que temos muitas pessoas com boas intenções.  

2. Quais são os principais pontos que pretende defender na Câmara Legislativa do Distrito Federal?

Então, vendo essa miséria que a gente encontra pelas ruas e as milhares de famílias que se encontram em estado de insegurança alimentar, um dos meus principais objetivos é o combate à fome. 

Outras prioridades serão voltadas para a mulher, desde jovens até a terceira idade. Além da fome, a violência contra a mulher é muito nítida e piorou demais depois da pandemia. As mulheres ficaram ainda mais vulneráveis aos agressores. Então, pretendo intensificar a luta pelos direitos das mulheres. As mulheres idosas principalmente, que além da violência por parte dos seus companheiros, também podem sofrer agressões por parte de seus filhos ou cuidadores. 

Outra prioridade é a geração de empregos. Acredito que o trabalho tem o poder de transformar as pessoas, dar dignidade e uma vida mais justa.

3. Que ações você pretende desenvolver na Câmara Legislativa do DF?

A primeira, voltada para a geração de empregos, é incentivando o setor produtivo. Porque a gente sabe que com a pandemia, muitos empresários tiveram que fechar suas portas. Então eu preciso incentivar esses empresários para que eles reabram e gerem empregos novamente para diminuir o desemprego no Distrito Federal. 

Já no combate à fome, nós precisamos ampliar os projetos sociais que já existem, mas que atingem uma camada muito pequena da população. Por isso que as filas do CRAS estão tão grandes, a população vulnerável aumentou demais e os projetos sociais não acompanharam esse aumento. Eu quero trazer de volta, o projeto “Pão e Leite”, transformar ele em projeto de lei para que ele nunca saia do cronograma de projetos sociais. Além de matar a fome das famílias, esse programa gera emprego principalmente para as mulheres acima de 40 anos.

Outra ação para assegurar o direito das mulheres é colocar um núcleo feminino em cada delegacia. Sabemos que o governo não tem recursos para construir uma delegacia em cada região. Então, a gente precisa pelo menos tem um núcleo para que os policiais sejam preparados para receber essas mulheres vítimas de violência. 

Para a saúde da mulher, a gente sabe que tem muitos postos de saúde que não estão tendo médicos voltados para essa questão. Então, pretendo aumentar esse quadro, com mais profissionais para o atendimento à mulher, como por exemplo, os ginecologistas.

A inclusão da mulher no mercado de trabalho também é outra prioridade. Precisamos dar condições para que as mulheres saiam do ciclo de violência e isso é possível com autonomia financeira. Para inserir as mulheres no mercado de trabalho, eu preciso de creches. Sem as creches, esse quadro se complica. Essas são duas políticas que devem andar juntas.

4. Em sua experiência profissional, já teve oportunidade de implementar alguma de suas ideias?

Faço ações sociais como campanhas de doações de agasalhos, cestas básicas, material de higiene. Tudo arrecadado voluntariamente com meu ciclo de amigos e familiares. Acredito que se cada um fizesse a sua parte, nós não teríamos fome nem no DF, nem no país. A responsabilidade social é uma questão cultural, nós temos que transformar a mentalidade, reduzir os desperdícios, reaproveitar alimentos, fazer ações sociais no bairro, no prédio, no condomínio e ter disposição para conversar sobre políticas públicas que possam mudar a nossa realidade. 

5. Como você vê o Parlamento do DF?

Majoritariamente é formado por homens, brancos de classe social média ou alta. Acredito que neste ano, teremos a oportunidade de eleger mais mulheres. De forma geral, acho que falta mais diversidade e renovação. 

6. Qual seria o projeto de lei para incentivar a baixa no preço dos combustíveis?

Um projeto de lei voltado aos combustíveis compete ao governo federal, porque o único imposto que incide sobre o combustível é o ICMS, que já foi reduzido recentemente. O que podemos fazer é lutar para que essa determinação se mantenha para que tenhamos valores razoáveis pelo máximo de tempo possível. 

8. Para Mônia, quais são os direitos que o cidadão ainda precisa alcançar? Como ela pretende trazer esses direitos?

Os direitos básicos dos cidadãos já estão listados e regulamentados pela Constituição Federal. Nós como sociedade temos que cobrar autoridades políticas para que esses direitos sejam cumpridos. Uma criança por exemplo tem direito à saúde, educação, saneamento básico, mas sabemos que nem sempre isso acontece. Então acho que o foco é garantir o cumprimento das leis. 

9. Com o desemprego em alta, qual seria os projetos para a melhoria na vida dos trabalhadores?

Como falei, é incentivar o setor produtivo para que a gente gere empregos. Temos também que tentar trazer indústrias para Brasília, pois quase não temos aqui. Então temos que dar subsídios, tributários inclusive, para essas indústrias para que elas se instalem aqui. 

Um segundo ponto também, é a infraestrutura. Quando você investe nessa área, você gera emprego em massa, o que resulta em benefícios gerais para a sociedade. Outra questão é investir na profissionalização da mão de obra, principalmente entre os jovens, essa parcela da população precisa ter acesso facilitado para estudar novas tecnologias. Temos que investir na construção de parques tecnológicos no DF. Investir em pesquisa, em ciência, em empreendedorismo. 

10. Não acha exagerado o número de assessores e mordomias dos deputados em geral? No seu mandato, o que será feito a respeito disso?

Eu sou contra essas mordomias e inclusive, se for eleita, pretendo abrir mão do meu salário para doar às organizações comprometidas com causas sociais.  

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