Parafilias: descubra 10 tipos de comportamentos sexuais inusitados
As paixões e pulsões humanas sempre foram estudadas por grandes pensadores da história. Antes mesmo da psicologia ser considerada ciência, filósofos da antiguidade já faziam do comportamento humano objeto de seus estudos.
Mas e o que é que isso tem a ver com o post de hoje, Nat? Eu explico, galera, mas antes, vocês sabiam que foi com o nascimento da psicanálise que as nossas vontades começaram a ganhar a atenção devida e passaram a ser pensadas como elementos motivadores, capazes de explicar grande parte de nossos atos, inclusive os sexuais?!
Pois é, minha gente, com a psicanálise, as nossas pulsões começaram a ser vistas como uma espécie de mola propulsora. E aí, não demorou muito para que as nossas vontades fossem colocadas na linha de frente dos estudos psicanalíticos contemporâneos.
Talvez, o que deu um empurrãozinho nesse movimento intelectual foi o crescimento das buscas dos próprios indivíduos pelo entendimento de seus corpos e de suas vivências sexuais, afinal, não é preciso de tanta racionalidade para se entender que o sexo é uma das forças mais primitivas que encontramos na Natureza, não acha?
E assim, o conceito de “falta” aliado com a busca incessante do ser humano pela sua satisfação sexual fez dele não só um ser primitivo, mas um ser que age de forma primitiva e, portanto, impulsiva.
Cá aqui entre nós, quantas vezes para suprir aquela falta emocional e afetiva, você não agiu de modo impulsivo? Ligar para o(a) crush ou contatinho de madrugada também conta como ação impulsiva, viu?
Mas, a relação impulsiva em estabelecermos e direcionarmos os nossos atos sexuais nem sempre está alinhada com o que a sociedade entende como normal e, às vezes, beirando a bizarrise, muitos de nossos comportamentos sexuais podem ser classificados até mesmo como comportamentos imorais. E aqui é que as coisas começam a ficar interessantes!
Nesse sentido, as parafilias, tema de nosso post de hoje, nem sempre são vistas com bons olhos, uma vez que estão alinhadas a distúrbios de nossa própria vontade que age sem uma espécie de filtro da razão, como se nós nem sempre tivéssemos o controle sobre o que queremos, sabe?
E também é por esse julgamento social que nem sempre gostamos ou estamos prontos para falar sobre elas. Aliás, com quantas pessoas você já se sentiu à vontade para falar sobre suas parafilias sem medo de ser julgade?
Mas, calma, antes de conhecermos algumas parafilias, o melhor a se fazer é entender o que é um ato impulsivo, assim, quem sabe não compreendemos mais sobre esses comportamentos sexuais. Vamos lá?!
Ato impulsivo e ato compulsivo: definição e diferenças
Em Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais, Paulo Dalgalarrondo faz uma divisão bastante pertinente para nós sobre atos impulsivos e atos compulsivos.
De uma forma bem básica, os atos impulsivos são distúrbios da nossa vontade executados de forma involuntária. Nesse caso, algumas etapas importantes para ação acabam sendo abolidas, como a deliberação e decisão, ocorrendo apenas a execução do ato.
Isso quer dizer que quando agimos de forma impulsiva, nem sempre entendemos a nossa ação como inadequada, fora das normas sociais e, por isso, não medimos esforços para impedi-la, só agimos sem pensar duas vezes conforme nossos desejos. Conhece alguém assim, a impulsividade em pessoa?
Já o ato compulsivo é conhecido pelo indivíduo que o pratica como algo inadequado e até tenta adiar ou até mesmo não praticar, mas é como se a vontade falasse mais alto e não pudesse ser abafada.
E mesmo que o ato compulsivo esteja em contradição com os valores morais e vontades do praticante, a ação traz prazer, alívio e, posteriormente, frustração. Sabe aquele pesinho na consciência, quando fazemos algo que não deveria ser feito? É exatamente isso!
Parafilias: definição e exemplificações
Ufa, agora que já aprendemos um pouquinho sobre os conceitos de atos impulsivos e compulsivos já podemos entender de perto o que são parafilias.
As parafilias são caracterizadas como atos e compulsões ligadas ao desejo e comportamento sexual. Aqui, o indivíduo que possui uma parafilia alcança a satisfação sexual por meio de um objeto, pessoa e/ou ocasião.
Mas calma, nem toda a parafilia é um transtorno compulsivo, muitas delas envolvem alguns padrões de fantasia e práticas sexuais individuais sem a necessidade de um parceiro, sendo perfeitamente normais, então se você tem uma parafilia não precisa se desesperar logo de cara.
O problema se dá quando a parafilia passa a ser um transtorno, o indivíduo que a apresenta passa a sentir dor e sofrimento após a execução do ato e ainda pode causar algum risco para as demais pessoas envolvidas.
Vale ressaltar que, dependendo do momento histórico em que vivemos, uma parafilia é tida como “anormal”, extrapolando os preceitos éticos de uma determinada cultura, mas posteriormente isso pode mudar à medida que a sociedade muda.
Por exemplo, você sabia que a masturbação, embora já seja uma grande pauta em classes de educação sexual e até mesmo aqui no Dona Coelha, já foi considerada um comportamento sexual muito recriminado.
Por outro lado, é crucial entender que muitos transtornos parafílicos podem vir a beirar a perversidade e a propensão ao crime muito grande. Nesses casos em que a parafilia pode colocar em risco a vida de terceiros, deve ser tratada e penalizada moralmente e juridicamente.
Agora, confira aí 10 parafilias inusitadas:
1. Exibicionismo
O exibicionismo é uma parafilia que consiste em mostrar os órgãos genitais para um terceiro contra a sua vontade. Geralmente, o indivíduo não busca um contato sexual direto, mas apenas exibir o seu corpo para sentir prazer.
2. Voyeurismo
O voyeurismo é considerado o ato impulsivo que visa alcançar o prazer observando uma pessoa em prática sexual ou somente nua.
Esse tipo de parafilia é bem comum, sobretudo, entre casais, nos quais uma das partes alcança satisfação ao visualizar o parceiro tendo relações sexuais com terceiros.
O problema é quando ela ultrapassa o limite do consentimento e a pessoa voyeur começa a observar pessoas aleatórias em sua intimidade sem permissão, por janelas ou coisas assim, o que é crime!
3. Compulsão à masturbação
Muito mais do que se pensa, há muitos casos em que a masturbação é vista como um transtorno parafílico. Aqui o indivíduo se vê na busca intensiva de alcançar o prazer próprio através da repetição da atividade masturbatória, chegando a casos que a ação é praticada com desprazer.
4. Pedofilia
A pedofilia talvez seja uma das parafilias mais conhecidas e repudiadas, visto que consiste em um transtorno parafilítico que o indivíduo adulto busca praticar atividades sexuais com crianças. Segundo o livro de Psiquiatria básica, a pedofilia tem início na adolescência e possui evolução crônica.
Atualmente, a pedofilia está classificada como a parafilia F.65.4. na Classificação Internacional de Doenças e deve ser tratada como um transtorno psicopatológico, mas não estritamente jurídico, embora possa estar atrelada a um crime sexual contra menores, seja estupro de vulnerável ou ainda corrupção de menores.
Isso quer dizer que quem abusa sexualmente de uma criança pode carregar em si a pedofilia e, além de dever passar pelo sistema de justiça, necessita de acompanhamento psiquiátrico. Mas isso não é regra, há pessoas que praticam tais crimes independente da parafilia em questão.
Uma vez que essa parafilia pode trazer impactos graves na vida de outras pessoas, colocando-as em risco, nos primeiros sinais de que a tenha, o ideal é contar com o acompanhamento médico!
5. Dendrofilia
A dendrofilia é uma parafilia na qual os impulsos sexuais são voltados a seres do reino vegetal, como árvores e frutas.
E, por mais que você não conheça a nomenclatura, certamente já deve ter ouvido falar dessa parafilia, visto que a prática dela também envolve o uso de objetos anatomicamente fálicos, como pepinos e berinjelas, com fins de estimulação masturbatória.
6. Emetofilia
Você já ouviu falar por aí sobre banho romano? Pois bem, é assim que a emetofilia ficou conhecida, consistindo no ato de sentir prazer sexual ao vomitar em alguém ou ao ver o vômito de alguém. Mas se o indivíduo sentir prazer com a ingestão de vômito, aí a parafilia é chamada de emetofilia.
7. Narratofilia
Sabe aquele seu parceiro que adora falar durante o sexo, manda esse post pra ele, que talvez essa parafilia o contemple. A narratofilia é a parafilia que envolve o prazer sexual em ouvir palavras e narrativas obscenas.
Mas, não somente, tem muitas pessoas por aí que ficam extremamente excitadas quando ouvem palavras mais arrojadas, termos mais técnicos e até poesias. Já sabe, né? Na próxima transa, solta um poema de Camões no ouvido de crush que é sucesso!
8. Peluchefilia
A peluchefilia é uma parafilia que consiste na pulsão sexual por bichos de pelúcia. Geralmente, pessoas que possuem essas vontades acabam se masturbando com as pelúcias e até mesmo alcançando o prazer com pessoas que se vestem com fantasias desses bichinhos.
9. Lactofilia
Não é novidade para ninguém que mamilos são polêmicos (embora não devessem) e não é que existe uma parafilia que os envolve. A lactofilia consiste em uma parafilia em que o prazer sexual se dá quando se observa ou succiona os leites de mulheres em fase de alimentação.
10. Gerontofilia
Por fim, temos a gerontofilia, parafilia em que as pulsões sexuais se voltam para pessoas idosas. O interessante dessa parafilia é que ela nos remonta a um conceito muito presente na psicanálise, o famoso Complexo de Édipo.
Isso porque se considera que as motivações de atração sexual de uma pessoa jovem por uma idosa pode se dar por desejos reprimidos da criança pelos pais e que acaba se transferindo na fase adulta para uma figura mais velha.
Essa foi a nossa lista de parafilias e agora queremos ouvir de vocês. Sentiram-se contemplados por alguma dessas? Qual vocês não conheciam? Conte aqui nos comentários!
E se gostaram do post, já sabem! Compartilhe com os amigos e continue acompanhando as nossas postagens semanais. Aqui no blog da Dona Coelha você encontra conteúdos importantíssimos sobre sexualidade e relações afetivas.
Até a próxima!
*Com informações de Dona Coelha