Primeira imagem de novo telescópio da Nasa revela detalhes de estrela que explodiu no século XVII
Na Cassiopeia A, restos de estrela são envoltos em nuvem de gases que brilham na luz do raio X do IXPE, lançado em dezembro de 2021
A Nasa divulgou nesta semana a primeira imagem capturada pelo novo telescópio Imaging X-Ray Polarimetry Explorer (IXPE, na sigla em inglês), lançado em dezembro de 2021. O equipamento revelou detalhes da explosão de uma estrela que ocorreu no século XVII.
Na Cassiopeia A, como a estrutura é identificada, as ondas de choque da explosão aqueceram a altas temperaturas os gases em volta da estrela, acelerando partículas de raios cósmicos que formaram uma nuvem que brilha na luz dos raios X. Outros telescópios estudaram a Cassiopeia A antes, mas o IXPE permitirá que os pesquisadores a examinem de uma nova maneira.
Na imagem divulgada, a saturação da cor rosa corresponde à intensidade da luz de raios X observada pelo IXPE. Esses dados estão sobrepostos aos coletados pelo Observatório Chandra, mostrados em azul. Os equipamentos, com diferentes categorias de detectores, capturam níveis de resolução angular ou nitidez distintas nas observações.
— A imagem da Cassiopeia A do IXPE é tão histórica quanto a imagem do Chandra do mesmo remanescente de supernova feita no final dos anos 1990. Isso demonstra o potencial do telescópio para obter informações novas e nunca vistas sobre essa estrutura, que está em análise no momento — disse em comunicado Martin C. Weisskopf, investigador principal do IXP, baseado no Marshall Space Flight Center da Nasa em Huntsville, Alabama.
Uma medida importante que os cientistas farão com o novo telescópio é chamada polarização, uma maneira de ver como a luz de raios X é orientada à medida que viaja pelo espaço. A polarização da luz contém pistas sobre o ambiente onde a luz se originou no espaço. Os instrumentos do IXPE também medem a energia, o tempo de chegada e a posição no céu dos raios X de fontes cósmicas.
— A imagem da Cassiopeia A do IXPE é “bellissima”, e estamos ansiosos para analisar os dados de polarimetria para aprender ainda mais sobre esse remanescente de supernova — ressaltou Paolo Soffitta, chefe da pesquisa do IXPE no Instituto Nacional de Astrofísica (INAF) em Roma, na Itália.
*Com informações de O Globo