Telescópio espacial Webb chega ao destino, a 1,5 milhão de km da Terra
Novo equipamento é um dos mais caros da história da Nasa e poderá produzir imagens que o antecessor, o Hubble, não conseguiria
O telescópio espacial James Webb alcançou sua órbita final, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, de onde poderá observar as primeiras galáxias do Universo, confirmou a Nasa nesta segunda-feira (24). Por volta das 16h no horário de Brasília, ativou seus propulsores para alcançar o ponto de Lagrange 2, ideal para observar o cosmos. “Bem-vindo a casa, Webb!”, exclamou o chefe da agência espacial americana, Bill Nelson, em um comunicado. “Demos um passo a mais para descobrir os mistérios do Universo. E tenho vontade de ver as primeiras novas imagens do Universo do telescópio Webb neste verão!”, acrescentou.
Na região do espaço em que ficará, O Webb permanecerá alinhado com a Terra enquanto se move ao redor do Sol, o que permitirá ao guarda-sol que leva proteger o equipamento sensível ao calor e à luz. Sob essas condições, o Webb deve ser capaz de exceder facilmente sua vida mínima planejada de cinco anos, disse Keith Parrish Webb, gerente do observatório, a repórteres em uma chamada. A duração da missão pode ser de cerca de 20 anos, acrescentou. “Achamos provavelmente é uma boa faixa, mas estamos tentando refinar isso”, esclareceu. O telescópio James Webb, cujo custo para a Nasa chega a cerca de 10 bilhões de dólares, é um dos equipamentos científicos mais caros já construídos, comparado a seu antecessor, Hubble, ou ao acelerador de partículas do CERN.
No início de janeiro, a Nasa conseguiu colocar em funcionamento o enorme espelho do telescópio que possibilitará a recepção de radiação emitida pelas primeiras estrelas e galáxias, formadas há mais de 13,4 bilhões de anos, menos de 400 milhões de anos após o Big Bang. Com a expansão do Universo, essa luz viaja mais e, assim, “se avermelha”. Assim como o som de um objeto é abafado quando se afasta, a onda de luz é esticada e passa da frequência visível a olho nu para o infravermelho.
No entanto, o Webb, ao contrário do Hubble, está equipado para perceber esses sinais infravermelhos, de forma que ele poderá ver não apenas objetos mais antigos, mas também as nuvens de poeira interestelar que absorvem a luz das estrelas e as escondem do olhar do Hubble. Também ajudará a explorar exoplanetas, que orbitam outras estrelas além do Sol. Examinará sua atmosfera, procurando condições favoráveis ao surgimento de vida. Agora que está em sua posição definitiva, será preciso que esperar que seus instrumentos científicos esfriem antes de serem calibrados com alta precisão. Espera-se que suas primeiras imagens estejam disponíveis em junho ou julho.
*Com informações da Jovem Pan