Eu automaticamente detesto automáticos

Eu não gosto de automáticos. Não adianta, eu não consigo me contentar com uma “inteligência artificial” tomando decisões na minha condução. Isso me força a fazer o que ninguém deveria fazer: enganar o câmbio para que ele faça o que eu quero! Não, você não leu errado, eu realmente me irrito com as trocas atrasadas ou adiantadas que automático
administra. Minha esposa fica doida quando eu me irrito e coloco em modo “sequencial” (manual) e vou trocando as marchas a minha vontade.

Acontece que de uns cinco anos pra cá o mercado brasileiro mudou, e as opções manuais tem ficado extremamente escassas, exemplifico: Polo “esportivo” ( GTS)… automático, saudoso Golf GTI… Automático, Audis seguem a mesma linha, Mini, Porsche (o que vem pro Brasil), Ford e por aí vai. Cada dia é mais difícil comprar um carro manual e, quando temos, se reservam as versões mais pobres ou com motores de menor potência… POR QUÊ???? Aluguel então ou é o grupo “básico”, 99% 1.0 ou alguma outra opção perdida no estoque.

Voltando no tempo, e, tentando encontrar explicações plausíveis para esse meu “problema” com esse tipo de câmbio, lembrei do meu pai me contando que amava o opala do meu avô, “hidramático”, como eram chamados esses carros a época. Penso no quão ruim deveria ser um Opala três marchas automático, e como meu pai gostava daquilo, que devia ser absurdamente lento em velocidade e resposta do câmbio.

Reprodução da Internet

Já na família da minha mãe sempre escutei que carros automáticos custavam caro e davam muita manutenção (olha a resposta saindo…). Então lá em casa, até os anos 2010, ninguém nunca tinha sonhado em ter esse tipo de veículo na nossa frota, afinal, pra que? Acontece que o pessoal foi ficando idoso e esquecido, e hoje somente a minha inspiração automotiva (mamãe) persiste com um manual na garagem por escolha própria!

Não foi fácil, confesso… Em 2019 ela queria um carro alto (vulgo SUV), MANUAL, meus olhos até brilharam. Só que era quase impossível arrumar algum carro bom, bem acabado e moderno nessa configuração. Restavam 2 opções: Duster 1.6 e Ecosport 1.5. Nenhuma opção me agradava, mas falei pra ela ir olhar ambas. O vencedor foi o Ford, que precisou
ser encomendado e a única versão disponível era a mais básica.

Outro grande problema recente: ao tentar alugar um carro pra ela, não existiam opções “não 1.0” mecânicos. Como pode??? Por fim a locadora encontrou um gol 1.6, que inclusive foi devidamente analisado, resultando em um vídeo que teremos em breve no nosso canal. Infelizmente, fora do Brasil a opção já é não ter opção nas locadoras, mas o mercado ainda entrega uns carros “raiz”. Meu ponto é: nosso mercado sempre foi marcado pela falta de diversidade, e assim nós vamos pulando de moda em moda… E a crise só torna isso pior… Um pedido à indústria automotiva: vocês não precisam odiar automáticos como eu, mas, por favor, nos deixem opção de escolha!

William Marinho, engenheiro mecânico e entusiasta do mundo automotivo.

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