Fundador de grupo de “ex-gays” admite ter tido diversas recaídas

Após os encontros com os homens, o fundador do grupo se arrependia e rezava pra Deus pedindo perdão

Nos Estados Unidos, o fundador de um grupo de “ex-gays”, Jeffrey McCall, admitiu ter tido diversos encontros sexuais com homens desde o ano passado. As informações são do Queerty.

Chamado de “Freedon March”, o grupo de ex-gays dizia que, graças a Jesus Cristo, eles tinham se tornando heterossexuais e, no caso das pessoas trans, elas teriam voltado a se tornar cisgêneros graças ao “poder de Deus”.

No entanto, em um post recente do Facebook, McCall admitiu que “falhou múltiplas vezes”.

“Em 2020 eu encontrei alguém que eu estava tentando ajudar… o que enfraqueceu minha fé em Jesus e acabei dando meu coração. Após negar o que eu queria com ele, eu acabei tendo relações sexuais com um homem quando me senti sozinho e machucado. Desde então, tive muitas recaídas com os homens”.

McCall acrescenta que, após cada encontro, ele “se arrependia verdadeiramente”, e que ele sentia o “amor de Deus, misericórdia, e perdão antes de finalizar cada reza”.

Apesar de admitir as recaídas, o fundador do grupo de “ex-gays” diz que não pretende abandonar as práticas de “terapia de conversão”, e que as recaídas fizeram com que sua “relação com o senhor ficasse ainda mais forte”.

CURA GAY, POR QUE ELA É PROIBIDA?

Segundo o vídeo “Existe Cura Gay?“ do Nerdologia, existem muitas características nossas que queremos mudar e não necessariamente se tratam de doenças, citando que uma ruga na testa, por exemplo, dificilmente será considerada uma doença pela sociedade, mas a pessoa pode procurar um cirurgião plástico para aplicar botox e se livrar dela.

Partindo dessa premissa, uma pessoa pode saber que homossexualidade não é doença e mesmo assim, por crenças e valores morais, ela queira sair daquela condição, já que isso é motivo de sofrimento. Ou seja, a pessoa sente atração sexual por pessoas do mesmo sexo, mas gostaria de desejar o sexo oposto.

Ignorando o fato daqueles que renunciam seu desejo sexual em prol de viver uma vida heteronormativa sob o argumento religioso de que “isso é o certo”, um estudo científico publicado em 2008 pela Ohio State University em parceria com a University of Minnessota, avaliou todas as tentativas de terapia publicadas nos últimos cinquenta anos, incluindo psicoterapia individual ou coletiva; tratamento eletroconvulsivo; indução de náusea ou vômito; hipnose e reorientação de orgasmo.

Todas as tentativas falharam em reorientar o desejo sexual dos pacientes, causando aumento no número de depressões profundas, disfunções sociais, pensamentos suicidas e outros danos psicológicos. O estudo também concluiu que essas tentativas não tinham fundamentação teórica, haviam sérias falhas metodológicas e violavam princípios éticos e direitos humanos.

Já um outro estudo publicado na Professional Psychology: Research and Practice 33, fez uma entrevista com mais de 200 clientes que passaram pela terapia de reorientação sexual. Destes, apenas 26 declararam que a terapia era de alguma ajuda e só 9 disseram passar a desejar o sexo oposto. Já o restante, os danos psicológicos foram os mesmos citados anteriormente.

Os testes de hipótese apontam que, assim como os héteros não mudam sua orientação sexual pela presença de gays (ou seja, não há nada que faça a pessoa desejar o mesmo sexo), os homossexuais também não são convertidos em héteros.

A conclusão é de que não existe nenhum método que reoriente o desejo sexual de ninguém, já que a homossexualidade se trata de mais uma variação da natureza. Além disso, os gays que buscam ajuda por estarem sofrendo devido a sua condição, param de sofrer quando aceitam sua homossexualidade e não são mais perseguidos por aqueles que estão a sua volta.

O que acaba com o sofrimento é a aceitação, não a reorientação.

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