É fake! Cartaz de filme de 1974 que prevê variante ômicron é falso
Com os casos confirmados da nova variante da Covid-19 no Brasil, os boatos sobre a doença já circulam pela internet
Circula pelas redes sociais um cartaz de um filme intitulado “The Omicron Variant”. A mensagem falsa diz que o filme é de 1963, mas nem a data está correta. O Cartaz original é do filme ‘Phase IV’ ou ‘Sucesos en la IV fase’, de 1974, que fala sobre uma guerra entre formigas e humanos.
A imagem original foi alterada para incluir a expressão ‘Omicron variant’ e sugerir que a obra previu o surgimento da variante em 2021. No Brasil, a película recebeu o nome de “Fase IV – Destruição”. O cartaz é de 1979, nem mesmo a data está correta.
Os nomes dos atores e da direção exibidos no cartaz que tem viralizado nas redes sociais coincidem com os mostrados no cartaz original do longa.
Montagem (à esquerda) tem elementos idênticos aos do cartaz original (à direita) do filme que tem outro nome e não menciona ômicron.
Os formuladores da mensagem falsa apenas pegaram o cartaz do filme e mudaram o título para inserir nele as palavras Ômicron e variante.
A sinopse original do filme narra a história de formigas do deserto que, de repente, formam uma inteligência coletiva e começam a travar uma guerra contra os humanos. Cabe então a dois cientistas e uma garota perdida, resgatada das formigas, a tarefa de destruí-las.
A verdade
Porém, há, de fato, títulos de obras com a palavra Ômicron, entre eles “Omicron, O Agente do Espaço” (1963), uma comédia em que um alienígena assume o corpo de um terráqueo para aprender sobre o planeta para que sua raça possa assumi-lo.
Também há a ficção científica “Project Omicron” (1999), em que, com o uso de talheres e escadas, os protagonistas descobrem como fazer o filme retroceder automaticamente. Nenhum deles fala sobre a variante de algum vírus.
Origem do nome
No dia 26 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a B.1.1.529 como variante de preocupação e escolheu o nome “ômicron” (a 15ª letra do alfabeto grego). Com essa classificação, a nova variante foi colocada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causaram impacto na progressão da pandemia.
A ômicron é considerada de preocupação, pois tem 50 mutações. O grupo de especialistas convocado pela OMS recomendou o uso de letras do alfabeto grego. As escolhas levam em conta rótulos fáceis de pronunciar e que não sejam marcantes.
A confusão
A palavra ômicron ou ômicro tem sua origem no grego mikrón, que significa “o mais rápido, breve”. Ou seja. é uma palavra que já existe, mas resolveram usá-la agora para nomear essa mutação do vírus. Alguns dos filmes, como mostrado na matéria, são sim originais, mas outros não. O recado que fica é: duvide de tudo! Sempre que tiver a oportunidade, dê um google no assunto. Acreditar em fake news e disseminá-la, já virou coisa do passado!
*Redação Revista Pepper