Especialista critica linguagem neutra: ‘Invasão que elite pseudo-progressista tem feito nas escolas’
Em entrevista ao Pânico, Cíntia Chagas disse que termos não binários dificultam o entendimento de crianças, cegos, surdos e disléxicos: ‘É impossível escrever um parágrafo minimamente compreensível nesse dialeto’
Nesta quinta-feira, 11, o programa Pânico recebeu Cíntia Chagas, especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em entrevista, ela comentou sobre a linguagem neutra, proposta de dialetos para incluir pessoas que não se sentem representadas pelos gêneros masculino ou feminino. “É uma invasão que uma elite pseudo-progressista tem feito nas escolas e na faculdade. Estão implantando o dialeto não binário de forma sorrateira como quem não quer nada por meio de, por exemplo, ‘querides alunes’.
O interessante é que é impossível escrever um parágrafo minimamente compreensível nesse dialeto. O que a gente vê, na verdade, é mais um vez a utilização de minorias por parte de políticos para ganhar votos. São pessoas que não correspondem nem a 1% da população. A gente exclui os cegos, os surdos e os disléxicos. Defender, por exemplo, o ensino de libras ou compreensão em relação ao autismo ninguém faz, porque não lacra”, afirmou.
Chagas ainda citou o exemplo de outros países que aboliram o uso de termos não binários em setores públicos. Para ela, estes novos gêneros, usados para se referir a pessoas agênero ou de ‘gênero fluído’, como ile/dile e elu/delu, dificultam o entendimento de crianças e adolescentes em processo de aprendizagem. “Isso, na verdade, é uma aberração linguística.
A França proibiu nas escolas, em documentos públicos e nas universidades. A Academia Francesa, semelhante a Academia Brasileira de Letras, falou que trata-se de uma aberração linguística, porque dificulta a compreensão de textos por crianças e adolescentes. O povo diz que a língua evolui, mas é com naturalidade. Está um saco, estamos vivendo um patrulhamento linguístico que ninguém merece.”
Confira na íntegra a entrevista com Cíntia Chagas:
*Com informações da Jovem Pan